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Acusado de dividir liderança da Colibri, genro de Arcanjo é ouvido na GCCO

Data: Terça-feira, 04/06/2019 17:15
Fonte: Olhar Direto

Giovanni Zem Rodrigues, genro de João Arcanjo Ribeiro e preso na 'Operação Mantus', acusado de dividir a liderança da Colibri com o sogro, é ouvido na tarde desta terça-feira (04), na sede da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Orientado pelo advogado, Giovanni Zem decidiu não conversar com a 
a imprensa ao ser conduzido para dar início ao seu  depoimento. 

Consta da decisão que decretou a prisão dos envolvidos na operação que as investigações em curso apontam inúmeros indícios e provas da participação de Giovanni na organização ‘Colibri’, com quem ele dividiria a liderança com João Arcanjo Ribeiro, seu sogro.

Em uma das interceptações feitas pela GCCO consta conversa em que um dos integrantes da quadrilha diz o seguinte: “o outro grupo não usa nome fantasia, que o nome do Giovanni é Giovanni mesmo, o nome do Isaias também não é fantasia, que usa o telefone pessoal inclusive. Isaias ocuparia a mesma função que Dennis ocupa, no outro grupo (Colibri)”.

A decisão aponta também o boletim de ocorrências registrado por Alberto Jorge Toniasso, onde ele denuncia uma ameaça que teria sofrido de Giovanni por fazer ‘jogo do bicho’ em uma área que seria do grupo de Arcanjo. Teria sido ele o responsável por quebrar as maquininhas utilizadas pela vítima.
 
Conversas entre Giovanni e Marcelo Gomes Honorato também evidenciam a suposta liderança do grupo. Em uma delas, o genro de Arcanjo cobra empenho da outra parte, que estaria fazendo churrasco em plena quinta-feira.
 
Quebra do sigilo bancário de Giovanni apontam que no período aproximado de um ano e meio, suas contas bancárias movimentaram o valor de R$ 2.786.770,42. Além disto, em uma de suas contas, foi creditado o montante de R$ 701.898,85, sendo que alguns destes depósitos chamam a atenção por terem sido efetuados no mesmo dia e valor, além de não haver identificação.

Mantus

As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso, e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões. Uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.
 
Durante as investigações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.
 
Os investigadores também identificaram remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades. Foram decretados os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados.
 
Os suspeitos vão responder pelo crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.
 
No total, foram expedidos 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.