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Justiça autoriza exame de insanidade mental de sobrinho que matou tia e arrancou o coração dela em MT

Tia foi morta a facadas pelo sobrinho no dia 2 de julho, em Sorriso. Sobrinho arrancou o órgão e o entregou para a filha da vítima.

Data: Terça-feira, 10/09/2019 14:01
Fonte: G1 MT

A Justiça autorizou que Lumar Costa da Silva, de 28 anos, acusado de matar a tia, Maria Zélia da Silva, de 55 anos, no dia 2 de julho, em Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, seja submetido a exame de insanidade mental.

A decisão é do juiz Anderson Candiotto, da Primeira Vara Criminal.

De acordo com o magistrado, a decisão atende a um pedido da defesa de Lumar, que quer atestar que o acusado tem insanidade mental, contrariando o que acredita o Ministério Público Estadual (MPE).

O exame deverá responder três questionamentos:

 

  • Se Lumar, quando cometeu o crime, era incapaz de entender o que acontecia por causa de alguma doença mental ou desenvolvimento mental incompleto
  • Se o acusado, ao cometer o crime, estrava privado da capacidade de entender o que acontecia
  • Ele necessita o indiciado de tratamento especializado?

 

O exame será feito em Cuiabá. O sistema prisional deverá encaminhar Lumar até a capital.

 

O caso

 

Maria Zélia da Silva, de 55 anos, foi morta a facadas no dia 2 de julho dentro da própria casa, no bairro Vila Bela, pelo sobrinho Lumar Costa da Silva, de 28 anos. Ele ainda levou o coração da vítima e o entregou para uma filha de Maria Zélia.

Ele confessou o crime e disse não estar arrependido. No dia 10 de julho ele prestou depoimento na Polícia Civil e, ao sair, afirmou à imprensa que ouviu 'vozes' do universo que o orientaram a cometer o crime.

Em 17 de julho ele foi tranferido do Centro de Ressocialização de Sorriso para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira (conhecida como Ferrugem), em Sinop, a 503 km da capital. Ele ainda tentou enforcar um preso durante a transferência.

Ao ser preso, Lumar disse que não estava arrependido de ter cometido o crime e que ouviu vozes do universo. “Eu matei e não me arrependo. Eu ouço o universo, o universo fala comigo sempre e me disse: mata ela logo, ela tem que morrer”, declarou.

Lumar também afirmou que é usuário de drogas e que, na noite do crime, usou LSD.

O sobrinho tinha se mudado para Mato Grosso há quatro dias depois de tentar matar a mãe dele em Campinas, São Paulo. O delegado André Ribeiro classificou rapaz como 'repugnante, monstro e perturbado'.

Lumar é técnico em redes de sistema e morava em São Paulo (SP).

De acordo com a Polícia Civil, Lumar chegou a Mato Grosso no fim de junho para morar com a tia. No mesmo dia em que chegou, o rapaz entregou currículos na cidade. A família diz que ele é considerado uma pessoa inteligente e fala duas línguas.

Maria Zélia abrigou o rapaz, mas o suspeito também começou a causar problemas para a família em Mato Grosso. A tia sabia do desentendimento com a mãe dele em São Paulo. O comportamento dele teria mudado, conforme familiares, depois da briga com a mãe.

Outro fator que influenciou a decisão de Maria Zélia foi a de que o sobrinho é usuário de drogas e começou a usar entorpecente na casa dela. Religiosa, a vítima se sentia incomodada com as atitudes do sobrinho.

“Ele tirou a vida da tia, abriu o corpo e retirou o coração. Colocou o coração em uma sacola plástica de mercado e levou para a casa da filha da vítima, deixando em cima da mesa”, detalhou o delegado.

Na sequência, Lumar, obrigou a prima a entregar as chaves do carro dela. Ele saiu pela cidade e bateu em um transformador de energia, além de invadir a empresa de energia elétrica da cidade.

Ele começou a andar a pé pela cidade, até a ser abordado pela Polícia Militar, na Rua das Videiras, e demonstrava estar bastante transtornado.

Para o delegado, o sobrinho é uma pessoa fria, age como se nada tivesse acontecido e não demonstra arrependimento. O delegado pretende pedir exame psiquiátrico do suspeito.

Segundo o perito Nilson Carlos Dalberto, o suspeito usou duas facas para matar a vítima. A mulher tinha três ferimentos, no pescoço e no tórax. A perícia acredita que ela ainda estava respirando quando o sobrinho abria o tórax dela.