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Cuiabá tem estiagem mais prolongada e intensa dos últimos 21 anos, diz ambientalista

Em 1998, segundo ele, foi registrado um período de seca mais forte que o deste ano. Situação é ocasionada pelo fenômeno El Niño.

Data: Sexta-feira, 20/09/2019 14:14
Fonte: G1 MT

De acordo com o pesquisador e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Romildo Gonçalves, Cuiabá enfrenta a estiagem mais prolongada e intensa dos últimos 21 anos. Em 1998, segundo ele, foi registrado um período de seca mais forte que o deste ano.

Romildo explica que, a média de dias sem chuvas gira entre 80 e 90 dias. Este ano, já são mais de 120 dias sem ocorrência de chuva, na capital.

O pesquisador afirma que essa situação é ocasionada pelo fenômeno El Niño que costuma atingir as regiões tropicais a cada 4 ou 5 anos. Já houve ocorrência do fenômeno em menor tempo. Entretanto, este ano e 1998 foram os que maior intensidade.

Ainda segundo ele, os reflexos do El Niño têm se mostrado bastante presentes e críticos em Mato Grosso. À exceção destes dois anos de maior intensidade, o fenômeno também foi registado em 2001, 2004 e 2014, porém com menor expressão.

Romildo afirma que o El Niño é o propulsor desse volume de queimadas, pois o tempo muito seco e a falta de chuva, somados à características da vegetação, são fatores propícios à ocorrência de incêndios.

Diante do que já foi estudo, ele alerta que os governos precisam ter planos de ação para situações como esta. Ou seja, sabendo da ocorrência do fenômeno, é preciso ter estratégias para evitar focos de calor.

 

"Se há o conhecimento de que o El Niño pode ocorrer em média de 4 a 5 anos, ações como abertura de aceiros, suspensão de autorização de queimadas controladas em propriedades rurais, formação de brigadistas e monitoramento de áreas florestais devem ser tomadas desde o final do período chuvoso", afirmou o biólogo.

 

Dessa forma, segundo o pesquisador, os impactos seriam menores, pois o controle sobre os focos de incêndios seriam mais eficazes.

Ocorrências de queimadas

 

De acordo com o relatório do Centro Integrado de Multiagências (Ciman), de janeiro a setembro deste ano, Mato Grosso registrou 24.039 focos de calor. O número corresponde a 70% mais que no mesmo período do ano passado, em que foram registrados 14.145 focos.

Somente de julho a setembro, foram 16.589 focos registrados. Uma variação de 87% em relação ao ano passado. Em 2018, de julho a setembro, que também corresponde com o período proibitivo, foram 8.874 focos de queimadas.

Situação e emergência

 

Três municípios de Mato Grosso estão habilitados a receber recursos estaduais após terem decretado situação de emergência devidos as queimadas. São eles Chapada dos Guimarães, Novo São Joaquim e Canabrava do Norte.

Segundo o secretário da Defesa Civil Estadual, coronel César Viana, outras oito cidades já solicitaram a homologação do decreto de situação de emergência, que depende de um parecer emitido pela Defesa Civil: Porto Alegre do Norte, Paranatinga, Juscimeira, Rondonópolis, Nova Olímpia, Rosário Oeste, Aripuanã e União do Sul.

O secretário explicou que os prefeitos têm autonomia para decretar situação de emergência por meio de decreto municipal, mas nesses casos não estão aptos a receber ajuda financeira do estado e da União.