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PF diz que quadrilha alvo de operação atua há 20 anos e que é difícil calcular o valor movimentado

Primeiros indícios de que grupo atuava no narcotráfico são de 1999. Escutas revelam que grupo utilizava aparelhos criptografados para se comunicar.

Data: Sexta-feira, 22/02/2019 08:32
Fonte: G1

A Polícia Federal acredita que a quadrilha de tráfico internacional de drogas alvo da operação Flak nesta quinta-feira (21) atua há pelo menos 20 anos. Os primeiros indícios de atividade são de novembro de 1999. Naquele ano, João Soares Rocha, apontado como chefe do grupo, fechou uma parceria com Leonardo Dias de Mendonça para administrar a Fazenda Paranaíba, no Pará.

Três anos depois, a propriedade rural foi sequestrada pela Justiça. A acusação era de que Mendonça, então considerado um dos maiores traficantes do país, utilizava pistas de pouso clandestinas na região para o transporte das drogas. Uma das pistas seria na fazenda. O caso foi durante a operação Diamante, também da PF.

A esposa de João Soares Rocha conseguiu reaver a fazenda na Justiça em 2006 e o imóvel é utilizado pela família até hoje. Na época ela alegou ser a real proprietária da terra e desconhecer as atividades ilícitas.

Para a PF, a negociação entre Rocha e Mendonça em 1999 é um indício de que o grupo desarticulado nesta quinta já atuava no narcotráfico desde então.

 

O grupo foi alvo da Polícia Federal nesta quinta-feira (21). Ao todo, agentes tentam cumprir 55 mandados de prisão contra envolvidos no esquema. Até às 17h o balanço da PF apontava que 28 pessoas tinham sido presas. A PF indicou que vários flagrantes registrados nos últimos anos em todo o país podem estar relacionados ao grupo.

Preocupação com escutas

 

Nas conversas telefônicas o chefe do grupo revela preocupação com a possibilidade de estar sendo monitorado. Nas conversas, todos utilizam codinomes e se referem às aeronaves como 'retro' ou 'retroescavadeira'.

Em setembro de 2017, ele recebeu de Raimundo Prado Silva, um brasileiro que mora no Suriname, a proposta de comprar um celular criptografado na Europa. O valor combinado foi de € 1,8 mil. O equivalente a aproximadamente R$ 16 mil pelo câmbio atual.

 

Aviões adulterados

 

As aeronaves utilizadas pela quadrilha eram de pequeno porte, mas foram adulteradas para poder reabastecer enquanto voavam e assim ter maior autonomia de voo. As alterações feitas na estrutura dos aviões podem ter causado pelo menos um acidente.

O caso foi em março de 2017, no espaço aéreo da Venezuela. O avião ficou sem combustível e caiu no mar do Caribe cerca de 20 minutos antes de chegar ao destino.

Alguns dos aviões utilizados pelo grupo podem fazer voos de longo alcance, inclusive em rotas intercontinentais, mesmo sem nenhuma alteração. Segundo a PF, em dois anos foram transportadas cerca de 9 toneladas de cocaína.