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CRM-MT diz que médico foi demitido de cargo por pedir suspensão de internações alegando falta de materiais e medicamentos

Ele alegou que a medida seria para garantir o atendimento seguro à saúde dos pacientes e a efetiva segurança na prática do ato médico.

Data: Sexta-feira, 22/02/2019 13:01
Fonte: G1 MT

O médico infectologista Ricardo Franco Pereira, que atua no Hospital Regional de Sinop, a 503 km de Cuiabá, foi desligado do cargo de chefia da unidade depois que recomendou a suspensão de internações na unidade alegando fala de materiais e medicamentos no local.

O caso foi criticado nesta sexta-feira (22) pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) e assinado pela presidente Hildenete Monteiro Fortes. A presidente emitiu uma nota de repúdio.

De acordo com o CRM-MT, o médico 'sofreu grave ofensa à liberdade de seu exercício profissional', ao ter sido sumariamente desligado da chefia da comissão de infecção hospitalar do Hospital Regional de Sinop.

Ricardo recomendou por escrito à direção do Hospital Regional a interrupção de novas internações em virtude da insuficiência de materiais e medicamentos.

Ele alegou que a medida seria para garantir o atendimento seguro à saúde dos pacientes e a efetiva segurança na prática do ato médico.

Para o CRM-MT, ao tomar tal atitude, o profissional atendeu aos princípios fundamentais previstos no Código de Ética Médica.

O código prevê que o médico 'não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção do seu trabalho'.

Ainda, o CRM-MT ressaltou que tomará as medidas legais cabíveis em defesa do exercício ético da medicina.

 

Outro lado

 

Em nota, a Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) disse que o médico foi desligado do Hospital Regional em novembro de 2018, ainda durante a gestão do Instituto Gerir.

"Antes da suspensão do profissional, foi entregue uma notificação ao médico que, em julho de 2018, se comprometeu a adequar as condutas que estavam em desconformidade com os parâmetros de prestação de serviços médicos", disse a SES na nota.

Ainda conforme a pasta, de acordo com informações presentes nos arquivos elaborados pelo Instituto Gerir, o desligamento profissional foi inteiramente baseado na deficiência dos serviços prestados.