O médico infectologista Ricardo Franco Pereira, que atua no Hospital Regional de Sinop, a 503 km de Cuiabá, foi desligado do cargo de chefia da unidade depois que recomendou a suspensão de internações na unidade alegando fala de materiais e medicamentos no local.
O caso foi criticado nesta sexta-feira (22) pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) e assinado pela presidente Hildenete Monteiro Fortes. A presidente emitiu uma nota de repúdio.
De acordo com o CRM-MT, o médico 'sofreu grave ofensa à liberdade de seu exercício profissional', ao ter sido sumariamente desligado da chefia da comissão de infecção hospitalar do Hospital Regional de Sinop.
Ricardo recomendou por escrito à direção do Hospital Regional a interrupção de novas internações em virtude da insuficiência de materiais e medicamentos.
Ele alegou que a medida seria para garantir o atendimento seguro à saúde dos pacientes e a efetiva segurança na prática do ato médico.
Para o CRM-MT, ao tomar tal atitude, o profissional atendeu aos princípios fundamentais previstos no Código de Ética Médica.
O código prevê que o médico 'não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção do seu trabalho'.
Ainda, o CRM-MT ressaltou que tomará as medidas legais cabíveis em defesa do exercício ético da medicina.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) disse que o médico foi desligado do Hospital Regional em novembro de 2018, ainda durante a gestão do Instituto Gerir.
"Antes da suspensão do profissional, foi entregue uma notificação ao médico que, em julho de 2018, se comprometeu a adequar as condutas que estavam em desconformidade com os parâmetros de prestação de serviços médicos", disse a SES na nota.
Ainda conforme a pasta, de acordo com informações presentes nos arquivos elaborados pelo Instituto Gerir, o desligamento profissional foi inteiramente baseado na deficiência dos serviços prestados.