O empresário Roberto Abrão Junior, 54 anos, registrou boletim de ocorrências contra os pastores Josenil Gomes e Roberto Argemiro, vulgo Robetão, por supostamente estarem vendendo por R$ 10 mil partes do terreno do autor da denúncia, que foi grilado. Um terceiros suspeito foi detido em flagrante no momento em que fazia uma negociação com outro homem, mas acabou solto pelo delegado plantonista.
Conforme um dos boletins de ocorrência, o empresário procurou a polícia depois de descobrir que estavam vendendo parte do seu terreno, que foi grilado no bairro Jardim Ubirajara, em Cuiabá. Ele tomou conhecimento que o pastor e o outro homem estavam comercializando a terra através de postagens na internet.
Os suspeitos informam aos ‘possíveis clientes’ que o terreno está 95% legalizado, com luz e água e que o motivo da venda seria que a terra está localizada próximo a residência de sua sogra.
Em outro boletim de ocorrência, uma das vítimas contou que tomou conhecimento da venda de um lote através das redes sociais. Ao entrar em contato com o vendedor, ele começou pedindo o valor de R$ 11 mil, mas durante as negociações baixou para R$ 9 mil.
Achando a situação um pouco estranha, a vítima disse que pesquisou sobre o local e encontrou uma determinação judicial de reintegração de posse. Como suspeitou de um possível golpe, combinou com o acusado de os dois se encontrarem no estacionamento de um supermercado e acionou a polícia.
O vendedor estava com um contrato de compra e venda de terreno, reconhecido com firma em cartório, onde atesta ser o proprietário do terreno. Ele foi encaminhado à Central de Flagrantes. Porém, acabou liberado pelo delegado e não prestou depoimento.
Em um terceiro boletim de ocorrências, o empresário conta que foi até o local para fazer algumas fotos para instruir os autos da reintegração de posse, quando o líder da invasão, Roberto Argemiro, foi em sua direção com um facão nas mãos, acompanhado de outras pessoas.
O empresário se viu obrigado a correr para seu carro e ir embora do local. Roberto teria dito que se ele retornasse, "a coisa ia ficar feia".
Ainda de acordo com o proprietário, os grileiros têm depredado área de proteção permanente e fizeram ligações clandestinas de água e eletricidade sem qualquer preocupação com a segurança dos que estão no local. Os donos do terreno sustentam que pessoas estão sendo orientadas a dizer que a situação está legalizada e os lotes podem ser vendidos.
A reportagem tentou contato com os pastores Josenil Gomes e Roberto Argemiro, mas sem sucesso.