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'Era batalhador e extrovertido', diz noiva de agrônomo assassinado por fazendeiro ao cobrar dívida de empresa em MT

Silas Henrique Palmieri Maia, de 33 anos, foi assassinado dentro de um restaurante por um fazendeiro. Ana Lúcia Sartori contou que noivo passou dois anos construindo a 'casa dos sonhos' dele e morou apenas 40 dias nela.

Data: Quinta-feira, 28/02/2019 00:00
Fonte: G1 MT

A noiva do engenheiro agrônomo Silas Henrique Palmieri Maia, de 33 anos, a enfermeira e doutora, Ana Lúcia Sartori, disse que ele era muito extrovertido e batalhador e lamentou a morte. Ele foi morto a tiros dentro de um restaurante, no último dia 18, em Porto dos Gaúchos, a 644 km de Cuiabá, e três dias depois o suspeito do crime, fazendeiro Paulo Faruk de Moraes, foi preso.

Segundo ela, Silas demorou dois anos construindo a "casa dos sonhos dele", em Sinop, a 503 km de Cuiabá, para a qual eles tinham se mudado juntos havia 40 dias.

Ana Lúcia disse que eles se conheceram em 2016, quando ela estava concluindo o doutorado, e o que chamou a atenção dele foi o jeito do agrônomo.

"Me chamou muita a atenção quando o conheci porque era diferente de mim, sou muito reservada. O jeito alegre dele, divertido, batalhador, me chamou a atenção e o nosso relacionamento foi se construindo", contou.

Em abril do ano passado, eles começaram a viver juntos. "A nossa relação vinha se solidificando. Ele já estava construindo a casa. Em 10 de janeiro deste ano, mudamos para a casa que ele durou dois anos construindo. E ele só pode desfrutar dessa casa por 40 dias", disse.

O crime

 

Silas Henrique teria sido morto com tiros na cabeça após cobrar uma dívida em uma fazenda da região. A vítima foi levada para o Hospital Municipal de Porto dos Gaúchos e os médicos tentaram reanimá-la em cima da caminhonete em que foi levada.

A testemunha, que levou Silas até o hospital, disse que estavam em uma lanchonete, na comunidade de Novo Paraná, e não perceberam quando um homem chegou por trás deles e efetuou vários disparos na cabeça de Silas, que caiu já, aparentemente, morto.

Em seguida, o autor do crime saiu andando em direção ao seu veículo, olhando para trás para se certificar que havia matado à vítima.

Silas trabalhava como consultor de vendas em uma empresa de insumos de Sinop.

 

Fazendeiro se entrega

 

Três dias após o crime, o fazendeiro Paulo Faruk de Moraes se entregou à polícia, nesta quinta-feira (21), em Juara, a 690 km de Cuiabá, e confessou ter matado o agrônomo, após a cobrança de uma dívida.

Em depoimento, o produtor confessou o crime e apontou o local onde deixou a arma usada no crime. A pistola foi deixada dentro de uma lata de lixo na frente da delegacia de Tabaporã, a 643 km de Cuiabá.

Ainda à polícia, Paulo contou que se sentiu incomodado com a presença do engenheiro na fazenda, mas que não queria matá-lo.

Silas era representante de uma empresa que financiou o custeio da lavoura e estava na propriedade para acompanhar a colheita e cobrar a parte do financiador.

Paulo deve responder por homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima) e por porte ilegal de arma de fogo.