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Protetores denunciam envenenamento de gatos na UFMT; seis encontrados mortos nessa semana

Data: Segunda-feira, 04/03/2019 09:46
Fonte: Olhar Direto

Protetores de animais ligados ao Projeto Luta e União de Amigos para Animais em Risco (Lunaar) denunciam o envenenamento de gatos no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). De acordo com uma das organizadoras do projeto, só essa semana foram encontrados seis animais mortos. A instituição que ajuda os animais vítimas e abandono e maus-tratos no campus está preocupada e cobra uma posição da direção da universidade.
 
De acordo com a protetora, Susielene Rodrigues Monteiro, não havia mais registros de envenenamento dentro da universidade desde o ano passado. “Isso já tinha parado de acontecer, mas só essa semana já encontramos seis gatos mortos lá no campus. As pessoas têm que saber que isso está acontecendo, são animais que estão sendo mau tratados e mortos na UFMT. Gastamos em torno de R$ 2 mil por mês com ração e sabemos que tem gente lá dentro jogando as rações fora e olhando feio para os protetores que vão lá para ajudar os animais”, afirma.

Em um dos vídeos gravados pelos protetores e divulgado na página do projeto no Instagram, é possível ver uma gata, aparentemente grávida, morta no campus. Os protetores divulgaram fotos dos outros animais encontrados mortos.

“No ano passado fizemos manifesto contra o envenenamento e inclusive pedimos uma ação da Universidade em prol desses animais. Ação para tentar alimentar e castrar esses animais, ações em prol da adoção, contra o abandono e contra o envenenamento, mas não tivemos respostas, a reitora não quis se reunir conosco”, afirma uma das responsáveis pelo projeto.

Susilene ainda salienta que muitos animais são abandonados e sofrem maus-tratos na universidade. Essa semana além dos envenenamentos, foi abandonada uma caixa cheia de gatos filhotes. “Eles não fazem mal para ninguém, são abandonados lá, passam fome e sede, não merecem morrer. As pessoas precisam ter mais compaixão com os animais que não pediram para estar lá, essa gatinha preta que morreu envenenada era um amor, super dócil”, diz.

“Diversos gatinhos recém-nascidos são abandonados lá, muitos morrem de fome por não terem a mãe para amamentar, é um desespero. Os que são abandonados junto com a mãe muitas vezes morrem atacados por gatos machos. Ficam na chuva, passam frio, é desesperador”, conclui.

Morte de capivaras

A protetora enviou para o Olhar Direto o vídeo em que aparecem dois filhotes de capivaras, mortos no mesmo local onde três gatos foram encontrados, também mortos. Ela acredita que as capivaras tenham ingerido o mesmo veneno. "É muito triste, olha essa mãe do lado do filhote morto. As pessoas precisam saber que isso está acontecendo e fazer alguma coisa, isso não pode continuar assim", afirmou.

A Universidade Federal de Mato Grosso se pronunciou sobre o caso e disse que irá apurar todas as denúncias envolvendo crime de maus-tratos aos animais dentro do campus.

Veja nota a íntegra da nota da UFMT:
 
“A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) repudia quaisquer atos de maus tratos aos animais, que se configuram crimes, com pena de detenção e multa previstas em lei, e devem ser denunciados às autoridades competentes. As denúncias recebidas pela UFMT são transformadas em processo e, a partir do empenho de suas unidades administrativas, apuradas.

A Universidade também discute a temática, visando a promover conscientização e reduzir as ocorrências de violência, de qualquer espécie, contra animais. Como foi o caso da realização da palestra “Manejo de animais abandonados em campi universitários: o que fazer?”, ministrada por especialista convidado pela UFMT, que teve por objetivo ampliar a discussão e envolver a sociedade em geral nessa luta que é de todos. O referido evento foi resultado de grande mobilização da comunidade universitária, incluindo a Administração, o Hospital Veterinário (Hovet) da Faculdade de Medicina Veterinária, entidades e militantes de defesa dos animais.

A UFMT segue aberta ao diálogo com todos os setores – poder público, comunidade acadêmica e entidades não-governamentais – para buscar soluções para o abandono de animais no Câmpus de Cuiabá, uma vez que, além de um problema de responsabilidade social, é de saúde pública. Além disso, a Instituição pede a colaboração de todos para denunciar os maus tratos.”