O bloqueio na rodovia impede o escoamento da safra de soja de Mato Grosso. No armazém, aproximadamente 8 mil toneladas de grãos já deveriam ter sido levadas para os portos do Pará e essa realidade já dificulta o cumprimento de contratos.
Hhelário Hermann, dono do armazém, disse que a medida vai atrasar o pagamento para o produtor, que, consequentemente, vai atrasar os compromissos, como o pagamento de prestação de maquinários, funcionários. "Muitos produtores já estão com problema para comprar óleo diesel, porque não conseguiram ainda cumprir seus contratos", afirmou.
A unidade de armazenamento tem capacidade para 18 mil toneladas de grãos e recebe soja de vários produtores da região norte do estado. O receio é que falte espaço para o armazenamento, já que em 50% das áreas desses produtores ainda não foi feita a colheita.
"A gente tem uma clientela de produtores que abrange praticamente os municípios de Novo Mundo, Guarantã, Peixoto de Azevedo e Terra Nova do Norte. Eu acredito que ainda uma semana a gente consegue estar operando com tranquilidade, mas a partir disso aí, já começa a preocupar a questão de espaço no armazém. Infelizmente não tem o que fazer, o produto vai acabar ficando em cima de caminhões mesmo", reclamou Helário Hermann.
Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), normalmente mais de mil caminhões carregados com grãos do estado, vão para os portos do Pará diariamente. Por isso, destaca que a paralisação de alguns dias gera muitos prejuízos.
"Sabe-se muito bem que um caminhão parado, onde já poderia ter feito uma segunda viagem e acaba não fazendo nem a primeira, automaticamente o prejuízo é muito elevado. Primeiramente, para a empresa, dona do caminhão, ou para o próprio motorista. Segundo, para as próprias empresas que precisam desse produto lá, eles têm demanda, navios ficam parados e com certeza esse prejuízo vem parar todo no bolso do produtor, porque vai ser tirado no preço do produto e na quarta situação isso é prejuízo para o Brasil", avaliou o presidente da Aprosoja, Antônio Galvan.
Em nota, o Dnit informou que equipes do órgão, junto com o Exército Brasileiro e a Polícia Rodoviária Federal estão trabalhando 24 horas por dia na BR-163, a fim de viabilizar a trafegabilidade da via entre Moraes Almeida e Novo Progresso, cuja extensão é de 100 quilômetros.
Argumentou que as condições de uma estrada não pavimentada na Amazônia, o grande número de carretas circulando diariamente, e as fortes chuvas no local nessa época do ano, há necessidade do trânsito fluir de forma lenta e ordenada, para permitir que a via continue sendo utilizável e evitar acidentes sérios na via, particularmente com carretas.
Para reparos e colocação de pedras no trecho, há necessidade de fazer interdições programadas no segmento entre o km 355, e o km 381, distantes 26 km.
As obras de reparação maiores serão executadas das 15h às 17h, bem como das 3h às 0h. Nos demais horários, e durante 24 horas por dia, serão estocados materiais de construção (particularmente pedras), bem como realizados trabalhos mais simples na estrada.