Um passageiro que viajava nesta quinta-feira (21) ao lado do ex-ministro Moreira Franco, de Brasília para o Rio de Janeiro, acompanhou os últimos momentos em liberdade do ex-ministro e ex-governador do Rio de Janeiro. Segundo o advogado e professor Renato Ventura, Moreira disse saber que era procurado pela força-tarefa da Lava Jato.
Durante a caminhada da saída do avião até o desembarque do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, Renato disse ao G1 ter levado um esbarrão do ex-ministro e falou sobre o mandado de prisão.
“Quando ele passou por mim e esbarrou em mim eu falei: ‘Moreira, a Polícia Federal está atrás de você’. E ele respondeu: ‘Estou sabendo’. Ele falou sem olhar para trás. Ele me empurrou e deu um esbarrão para passar por mim”, disse Renato Ventura.
Moreira Franco, que é ex-ministro dos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer, foi preso na Lava Jato, na mesma operação que teve como alvo o ex-presidente Michel Temer.
Renato e Moreira viajaram juntos em um voo da Avianca. Segundo o advogado, durante a viagem, ele não percebeu que estava ao lado do homem que seria preso pela Polícia Federal logo depois.
“Eu estava sentado ao lado do Moreira Franco e não tinha reconhecido. Como durante a viagem fiquei lendo um livro, nem conversei, estava concentrado na minha leitura. Quando aterrissou e já era possível desativar modo avião entrei no WhatsApp e recebi mensagens no grupo dizendo que tinham prendido o Temer e o Moreira”, lembrou o advogado.
“Quase que comentei com o Moreira que ele tinha sido preso. Quando levantei para pegar a bagagem de mão e reconheci o Moreira Franco respondi no grupo ‘ele não está preso não’. Quando reconheci, a primeira coisa que fiz foi fotografar e mandar para o grupo. Na foto ele está olhando uma mensagem de Whatsapp”, disse Renato.
O passageiro contou ainda que ficou pensando em como poderia ajudar a PF a cumprir o mandado de prisão contra Moreira Franco.
“Ele aparentava estar nervoso, querendo sair logo. Teve uma hora que passou por mim até esbarrou e começou a acelerar o passo. Fiquei buscando o telefone da PF no aeroporto, da PM”, relatou o advogado.
No caminho para deixar o aeroporto, o passageiro disse não ter encontrado nenhum agente da PF. “Só fui conseguir encontrar um agente de segurança, que nem era policial federal, era um vigilante, perto da retirada das malas. Foi quando eu alertei a ele que o Moreira estava fugindo pra que ele entrasse em contato com a PF”, disse Renato.
“O Moreira achou que ele estivesse com algum policial. Ele recuou, entra numa loja como se fosse pegar alguma coisa, mas depois olhou que não era policial e saiu às pressas”, completou.
Moreira Franco foi levado à noite para a Unidade Prisional Especial da PM. Ele está no mesmo presídio que o ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão.
João Batista Lima Filho, conhecido como coronel Lima, é amigo de longa data do ex-presidente Michel Temer e foi preso no começo da tarde desta quinta em sua casa na Zona Sul da capital paulista. A mulher do coronel, Maria Rita Fratezi, também foi presa.