A idosa Martinha Morais de Oliveira, 63 anos, que estava internada há mais de um mês no Pronto Socorro de Cuiabá, foi transferida para o Hospital Geral Universitário (HGU), mas ainda aguarda a realização de cirurgia vascular denominada ponte-tromboendarterectomia aorto-femoral.
Ela corre o risco de perder os membros inferiores amputados por falta da cirurgia.
A liminar foi concedida ontem pelo juiz Wladys Roberto Freire do Amaral, que determinou que o procedimento cirúrgico seja realizado no prazo máximo de cinco dias, sob pena de multa ao estado.
Martinha estava internada no Pronto-Socorro de Cuiabá desde o dia 18 de fevereiro, com quadro de dor em repouso, além de ausência de pulso nos membros inferiores. A avaliação médica constatou a oclusão da artéria aortofemoral bilateral e recomendou a realização de cirurgia vascular denominada ponte-tromboendarterectomia aorto-femoral.
A paciente, que é viúva e mora em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, ficou 14 dias aguardando no corredor do Pronto-Socorro até conseguir uma vaga na enfermaria. Martinha está sendo medicada de hora em hora devido às fortes dores. Ela chegou a ficar até quatro dias sem conseguir se alimentar por conta dos efeitos colaterais da medicação.
Segundo Roseli Pavan, filha de Martinha, os hospitais particulares se recusam a fornecer orçamentos sem a realização de uma consulta, o que resultaria num custo inviável para a família. O médico que atende Martinha explicou que ela precisa da prótese de Dacron, que atualmente não estaria disponível no SUS.
Roseli chegou a formalizar uma reclamação junto à Ouvidoria Municipal de Saúde de Cuiabá no dia 13 de março, queixando-se da demora na transferência da mãe para o Hospital Geral Universitário (HGU) para que seja feita a cirurgia, solicitada pelo próprio Pronto-Socorro no dia 25 de fevereiro.