O produtor rural Paulo Faruk de Moraes, que confessou ter assassinado o engenheiro Silas Henrique Palmieri, de 33 anos, no dia 18 de fevereiro de 2019, no município de Porto dos Gaúchos (650 km de Cuiabá), tinha uma dívida de 12 mil toneladas de grãos com a empresa que Silas representava. A informação foi revelada pelo desembargador da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Orlando Perri, em sessão de julgamento de um habeas corpus que pedia a liberdade de Paulo Faruk de Moraes, que se entregou a polícia em 21 de fevereiro deste ano, três dias após o crime, no município de Juara (664 km da Capital).
Orlando Perri não era o relator do pedido de habeas corpus, porém, concordou com o desembargador Paulo da Cunha, também da Primeira Câmara Criminal, que relatou o pedido de liberdade do produtor rural. Cunha manteve o assassino confesso preso, entendimento seguido por Perri, que acabou comentando trechos das investigações, sugerindo que a motivação do crime pode ter sido o débito.
O magistrado também revelou que a defesa do produtor rural disse que ele estava sendo “ameaçado”, porém, nem o relator Paulo da Cunha, nem seu colega Orlando Perri, aceitaram a suposta alegação. Perri, inclusive, analisa que Paulo Faruk de Moraes “estava cego de raiva e ódio”, e que os disparos ocorreram após o engenheiro ser tocado no ombro e virar-se para ver que o chamava. “Ele estava passando por esse bar, avistou a vítima, e ele cego de raiva e ódio, tocou o ombro da vítima e fez vários disparos na cara. A impressão que ele deu ele quis mostrar para a vítima quem é que estava matando – o que denota a periculosidade do agente. Isso basta para se manter a prisão preventiva com garantia da ordem pública”, comentou o desembargador.
O CRIME
No dia 18 de fevereiro de 2019, o produtor rural Paulo Faruk de Moraes executou com vários tiros na cabeça o engenheiro Silas Henrique Palmieri no município de Porto dos Gaúchos. O assassinato ocorreu num restaurante do local.
Sila era representante de uma empresa que tinha financiado a lavoura do produtor. Ele devia a organização cerca de 12 mil toneladas de grãos. Paulo chegou a ficar foragido durante 3 dias, mas se entregou em 21 de fevereiro deste ano.