Inspirado no famoso personagem da DC Comics, o músico Luiz Miguel de Farias Junior, de 30 anos, conhecido como o “Batman cuiabano”, anda pelas ruas da capital com seu Batmóvel e caracterizado com roupa, mascará e capa preta, mesmo com o forte sol da capital mato-grossense. Luiz participa de eventos como festas e aniversários, mas seu principal foco é o serviço como voluntário no Grupo Cia do Sorriso, onde faz a alegria das crianças que estão em tratamento contra o câncer na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.
Despertando a curiosidade por onde passa, o Batman cuiabano enfrenta o forte calor da capital sem sair do personagem. Com uma fantasia importada dos Estados Unidos, luvas, mascará e capa de couro. O artista começou a se caracterizar de Batman em 2008, após ganhar um carro dos pais, um modelo Gol G3 preto. “De tanto assistir filme do Batman eu falava que ia ter um Batmóvel, sou fã do Batman, Cosplay, Cosmaker e colecionador do Batman. Assim veio o personagem. O Batman me escolheu”, afirma.
Assim como o super-herói de Gotham City ajuda a sociedade a combatendo o crime, o nosso super-herói cuiabano ajuda em causas sociais pelo Estado. Há dois anos, Luiz se tornou voluntário no grupo Cia do Sorriso, grupo que ajuda crianças que estão enfrentando um doloroso tratamento contra o câncer. Para ele o trabalho como voluntário é gratificante e ao mesmo tempo muito difícil. “A gente vê as crianças lá, naquela situação e sente que tem que ser forte para passar isso pra elas, mas quando a gente vai na casa das famílias e vê a verdadeira situação que aquela família passa, de faltar leite, faltar alimento, realmente é difícil segurar a emoção”, revela.
Morador do bairro Baú, em Cuiabá, Luiz conta que a casa atrai muitos curiosos que param para tirar fotos e tentar “conhecer” o Batman. “Eu coloquei um refletor no telhado, perto da antena, como o do Batman mesmo, isso atrai muitos curiosos. Às vezes é madrugada e eu acordo com os cachorros latindo, sei que tem gente lá na frente tirando foto”.
Ele conta com orgulho que recebe total apoio dos pais, que incentivam e acabam entrando na brincadeira. A mãe, dona Julieta é chamada de Mulher Maravilha e o pai, Luiz Miguel, é chamado de Super Homem. “Até a senhora que trabalha lá em casa acaba participando porque algumas pessoas chamam ela de Alfred (nome do personagem que faz o mordomo do Batman na história original)”.
Com uma coleção com mais de 10 mil itens relacionados ao tema. Ele conta que muita coisa foi comprada por ele durante todos esses anos, mas como as pessoas o conhecem pelo personagem, ele acaba ganhando vários presentes também como revistas, bonecos e chaveiros. Hoje Luiz possui dois carros caracterizados e uma “batmoto”.
O Batman cuiabano é frequentemente convidado para animar aniversários infantis e eventos do mundo Geek, mas sua principal renda vem das aulas de música, o universo cosplay ainda não lhe rende o valor suficiente para se manter financeiramente. Ele conta que já passou por algumas situações complicadas por causa do personagem. “O carro é todo adaptado, as placas também eram personalizadas e um dia me ligaram dizendo que tinham roubado as placas, fiquei chateado, mas faz parte. Hoje o carro fica com a placa normal do Detran, mas nos eventos eu coloco outra placa por cima. Toda vez que o carro vai para oficina eu preciso avisar o pessoal que talvez alguém queira parar lá para ver o carro”, comenta.
Solteiro e dono de um grande coração, Batman está à procura de alguém para andar ao seu lado. “Estou à procura da Mulher Gata, Mulher Maravilha ou de uma Arlequina para mim”, avisa. Para quem quiser conhecer um pouco mais o trabalho do artista, pode acessar sua página no Facebook.