Um bebê de cinco meses que esperava por uma vaga em uma Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) morreu em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, após uma parada cardiorrespiratória. O pequeno Nycholas foi internado no dia 3 de abril com anemia e piorou durante o período que ficou à espera da vaga.
Por meio de assessoria, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) reconheceu o problema da vagas e afirmou que trabalha para a criação de vagas.
Na casa da família, as roupas do bebê ainda estão no varal e os brinquedos no quarto. Para a mãe, só restaram as lágrimas.
“Procuramos uma vaga em UTI e nada. Se fosse um rico que estivesse no nosso lugar teria sobrevivido, mas como somos pobres, perdemos tudo o que tínhamos na vida”, declarou Maria Carolaine da Silva Freitas.
Além da tristeza, da saudade, a perda prematura do único filho deixou um sentimento de revolta e indignação em toda família.
“Estou revoltada, magoada, triste com essa situação. Não entendo como um estado tão desenvolvido tem vaga em UTI. Até quando? Quantos pais vão perder filhos?”, questionou a tia do bebê, Toverlane Maria da Silva Santos.
O bebê deu entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) há quase 20 doas com um quadro severo de anemia. Ele também foi diagnosticado com séria infecção pulmonar.
A secretária de saúde do município, Dienifer Jaqueline Feix afirmou que o bebê tinha uma saúde frágil desde que nasceu e que durante todo o período em que ele esteve na unidade uma estrutura improvisada foi montada para não deixar o menino sem os cuidados necessários.
“Não tínhamos estrutura para manter a criança entubada. Quando a situação complicou, hospitais particulares emprestaram equipamentos para mantê-lo entubado”, explicou.