Cinco aparelhos de celular foram encontrados, após uma audiência no Fórum Criminal de Cuiabá, na noite da última segunda-feira (15), com o reeducando João Henrique Bezerra Carlos. Ele acusou o defensor público David de Brandão Martins de ter lhe entregue os eletrônicos, mas o acusado nega.
Os celulares foram encontrados pelos agentes penitenciários da Gerência de Escolta e pelos plantonistas da Penitenciária Central do Estado (PCE), que fizeram a revista. Brandão afirma que fará um Boletim de Ocorrência relatando sua versão e pedirá que a Polícia apure os fatos, ouvindo os envolvidos. Segundo ele, seu único contato com João Henrique foi às 16h de segunda (15) e, logo depois, a advogada Elvira Kelli Almeida Cruz pediu para assumir o caso, ficou sozinha com o acusado e posteriormente, fez a sua defesa na audiência. “Ele teve contato comigo, depois com a advogada e com os agentes prisionais. Eu não entreguei celulares a ninguém e tenho interesse direto que a situação seja esclarecida”, afirma.
A primeira vez que o reeducando e o defensor público se encontraram foi no presídio, para que Brandão tomasse conhecimento do caso. “As providências que vamos tomar são as de fazer nossa defesa nessa acusação, que não procede. Ele disse na delegacia que eu entreguei os celulares a ele, não sei se foi orientado para isso. Tenho minha consciência tranquila. Vou juntar o BO, a ata da audiência de ontem, onde constam o nome das pessoas que tiveram contato com ele: a advogada, o agente prisional, e vou pedir que a Polícia esclareça o caso”, afirma.
A Administração Superior da Defensoria Pública de Mato Grosso se manifestou e afirmou que o defensor David Brandão sempre teve uma conduta íntegra, honesta e moralmente irrepreensível no órgão. Bradão já atuou como membro do Conselho Superior, grupo responsável por avaliar e decidir sobre as questões mais importantes para a Instituição e sua relação com a sociedade.
“A Defensoria Pública é instrumento de defesa dos direitos dos presos e temos interesse na apuração precisa e transparente dos fatos”, afirma o primeiro subdefensor público-geral, Rogério Borges de Freitas.