Quase 30 cidades de Mato Grosso, incluindo Cuiabá, têm presentes na água 11 agrotóxicos que são associados a doenças crônicas como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos. 'Coquetel' de substâncias foi encontrada na água consumida em 1 a cada 4 cidades do Brasil, entre 2014 e 2017.
Com 141 municípios, o número corresponde a 20% das cidades de Mato Grosso.
Os dados são do Ministério da Saúde e foram obtidos por meio de investigação da Repórter Brasil, Agência Pública e organização suíça Public Eye. Ao todo, foram encontrados 27 agrotóxicos, sendo que os outros 16 não foram relacionados a nenhuma doença, segundo a pesquisa.
Cáceres, Porto Esperidião, Alto Garças, Rondonópolis, Barra do Garças, Primavera do Leste, Campo Verde, Nova Lacerda, Tangará da Serra, Sapezal, São José do Rio Claro, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Santa Carmen, Claudia, Canarana, Querência, Juara, Tabaporã, Nova Canaã do Norte, Colíder, Matupá, Confresa, Porto Azevedo e Marcelândia estão entre as cidades apontadas na pesquisa.
Em Nova Santa Helena (622 km ao norte de Cuiabá) foram encontrados 12 agrotóxicos, sendo que 6 são associados a doenças crônicas e em Comodoro (644 km a oeste) foram encontrados 7, sendo que 4 são considerados perigosos.
Conforme noticiou o Gazeta Ddigital, em Mato Grosso a exposição ao agrotóxico é quase 10 vezes maior do que a média nacional, de 7,3 litros por pessoa, e pode atingir até 67 litros.
"Eu chamo esse modelo econômico de modelo químico dependente de fertilizante. Isso leva ao risco sanitário, alimentar, ambiental. É claro que Mato Grosso é campeão nacional de produção de soja, de milho, de algodão, mas também é campeão nacional de consumo de agrotóxico", explicou o professor Wanderlei Pignati, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), na ocasião