A defensora pública Alessandra Maria Ezaki, de Sinop, a 503 km de Cuiabá, se emocionou ao falar sobre a morte de uma bebê indígena, na terça-feira (23), que estava internada na Unidade de Pronto Atendimento do município. Há quase duas semanas, a criança aguardava transferência para uma Unidade Terapia Intensiva (UTI).
A defensora foi responsável pela ação que obrigava o estado a fazer a transferência. A decisão da Justiça favorável ao pedido da Defensoria Pública de Sinop foi publicada no dia 10 de abril, mas não foi cumprida.
Segundo ela, a defensoria chegou a enviar um e-mail para comunicar a decisão da Justiça. Entretanto, ao procurar a Central de Regulação de Vagas, se deparou com várias barreiras, com relação aos procedimentos.
A recém-nascida estava internada com suspeita de meningite e, além da vaga na UTI, precisava de atendimento com um neurologista.
"A gente se sente impotente e se questiona: o que mais poderíamos fazer para que essas situações não se repitam?", destacou a defensora.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a criança morreu por pressão intracraniana e que todos os esforços para atendê-la foram feitos.
A defensora afirmou que as pessoas precisam ter seus direitos preservados.
"Não é só a bebê, são várias crianças, idosos, pessoas que estão indo trabalhar e, de repente, sofrem acidentes, não conseguem cirurgia adequada e ficam com sequelas para o resto da vida, situações que não podem continuar", ressaltou.