Familiares de um bebê de apenas um mês de vida, morador de Registro, no interior de São Paulo, estão mobilizando a web com a rifa de um tablet. A venda do aparelho ajudará no tratamento de Oliver Alves, que nasceu com uma malformação no lábio e céu da boca e, agora, terá acompanhamento médico em Santos, a 180 km de distância.
O problema de Oliver é conhecido como fenda labiopalatina, ou lábio leporino, e consiste na malformação do palato (céu da boca) e do lábio superior, que nascem abertos. Silene Oliveira, mãe do menino, descobriu o problema na trigésima semana de gestação e contou ao G1 que, de cara, tomou um susto.
“Naquele momento, eu só conseguia pensar como ele ia respirar, se ele ia poder mamar, como seria sua vida quando crescesse, a reação das pessoas quando eu saísse com ele na rua, se elas teriam preconceito”, contou. Tudo foi descoberto em uma ultrassonografia, que foi repetida para que se tivesse a certeza do diagnóstico.
Apesar do diagnóstico tê-la deixado apreensiva, o nascimento de Oliver, que apesar do problema veio ao mundo saudável, amenizou a preocupação. “Ele é uma criança normal. Ele tem o palato aberto por dentro, e o céu da boca acabou se desenvolvendo para o lado de fora. Mas não tem mais nenhuma outra questão física”, explicou.
Em desenvolvimento, o bebê precisa de alguns cuidados para tarefas comuns do dia a dia. “Para mamar, ele fica mais sentado. Por conta da fenda, ele não pode se alimentar deitado, pois há o risco de engasgar", disse. “Também tivemos que extrair um dentinho dele, que o prejudicaria devido à fenda”.
Desde o nascimento, Silene e o marido buscaram entender o problema e formas de tratamento. “Primeiro, tentamos em Curitiba, mas fomos informados que, por morarmos em São Paulo, a referência de tratamento seria Bauru, no interior, e Santos, onde optamos justamente por ser mais próximo”, disse.
O tratamento é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e Oliver passará pela primeira consulta em 14 de maio, onde, segundo Silene, será avaliado por um cirurgião pediátrico e psicólogo. Apesar da parte médica ser gratuita, o custo para se manter o tratamento, compra de medicamentos e viagens, devido os 180 quilômetros que dividem as cidades, são altos.
“Hoje sou autônoma, só meu marido trabalha e tenho outro filho de dois anos. Primeiro, íamos bancar a cirurgia particular, mais por conta do desespero. Mas, mesmo com o SUS, precisamos arcar com todo o resto. Por isso fizemos essa ação de rifar o tablet que tínhamos em casa, e a repercussão foi grande”, disse Silene.
Recebendo a ajuda de várias pessoas, Silene diz que a rifa se esgotará em breve. Emocionada, ela disse esperar que, em breve, tudo seja solucionado. "Nunca imaginei que tanta gente viria ajudar, desejar coisas boas para o Oliver. É muita gratidão. Eu creio e sei que tudo dará certo, e que ele será muito forte e grato às pessoas que estão ajudando”, finaliza.