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Suspeito de matar adolescente em Catuípe é levado para presídio, e nega crime em depoimento

Maria Eduarda Zambom, 15 anos, foi encontrada morta com sinais de asfixia após entrar no carro do suspeito. Motorista deixou hospital e foi transferido para a Penitenciária Modulada de Ijuí, onde segue em prisão temporária.

Data: Sexta-feira, 26/04/2019 09:36
Fonte: G1

O suspeito de matar a adolescente Maria Eduarda Zambom, de 15 anos, em Catuípe, no Noroeste do Rio Grande do Sul, deixou o hospital onde havia sido internado e foi transferido nesta quarta-feira (24) para a Penitenciária Modulada de Ijuí, onde está em prisão temporária. No mesmo dia, foi interrogado pela Polícia Civil, e negou ter cometido o crime.

Maria Eduarda foi encontrada morta um dia após embarcar no carro particular do suspeito, que trabalhava como motorista de transporte escolar, na manhã de 29 de março. A investigação apontou que o homem já teria assediado a menina antes do crime.

No dia do crime, o suspeito foi internado sob custódia policial devido a um corte que tinha no pescoço. No último dia 9, foi levado a um hospital da Capital, de onde sairia na manhã de quarta. A prisão dele foi prorrogada até o final de maio.

No depoimento, o homem apresentou duas versões do caso. Na primeira, disse que um motociclista armado com uma pistola o perseguiu, cortou a frente do veículo e o obrigou a asfixiar a vítima. Depois, o suposto motociclista teria cortado, com uma faca, o pescoço dele – o homem foi hospitalizado com um corte no pescoço no dia do crime. O delegado contestou a versão.

"Se o motoqueiro quisesse matá-lo, daria um tiro, se estava com pistola. Não iria cortar ele e deixa-lo fugir. E ele não explicou o que o motoqueiro fez a menina. Além do mais, ele nunca registrou na Polícia [Civil] e nem na Brigada [Militar] essa perseguição", argumentou Arais, em vídeo encaminhado à imprensa.

Após ser questionado pelo delegado e pelo comissário que acompanhava o depoimento, o suspeito mudou a versão, afirmando que Maria Eduarda morreu por overdose de tóxico. Ele disse que a menina o forçou a entrar com ela no mato, para que ela consumisse drogas, ameaçando inventar fatos sobre ele, caso não obedecesse.

"Fato este que é ridículo, pois se trata de um homem de 52 anos de idade de porte físico avantajado, e que em momento nenhum se deixaria intimidar por uma frágil menina de apenas 15 anos", aponta trecho de relatório sobre depoimento enviado à imprensa por Arais.

O delegado afirmou, também, que o suspeito não respondeu o que fez com a menina entre o horário em que buscou ela e o momento em que foi socorrido com um corte no pescoço e no peito, pouco antes das 16h do dia do crime.

 

O crime

 

Maria Eduarda foi considerada desaparecida após embarcar no carro particular do suspeito, que deveria buscá-la de ônibus ou kombi, na manhã de 29 de março. No dia seguinte, o corpo dela foi encontrado com sinais de asfixia, segundo a polícia. O homem foi hospitalizado com ferimentos no pescoço e no peito.

A investigação encaminhou perícias no telefone celular e na blusa de Maria Eduarda e em pertences do suspeito, para detectar a presença de material genético dos dois, e aguarda resultados da perícia.

Conforme a investigação, a prática de levar a estudante no carro particular do motorista, e não de ônibus ou kombi, à escola, acontecia eventualmente. Para a polícia, trata-se de ato "absurdo e ilegal".

A avó de Maria Eduarda relatou à polícia que a garota dizia ter medo do suspeito, e que ele tinha tentado passar a mão em seus cabelos.

O suspeito é investigado por homicídio, estupro e ocultação de cadáver. A polícia acredita que o crime tenha sido premeditado.