A Polícia Civil encontrou, no começo da tarde desta quinta-feira (25), dois cabeleireiros identificados como suspeitos de fazer o procedimento estético que supostamente levou à morte da jovem Dayane Rodrigues, de 25 anos, em Lorena. A dupla detida foi levada para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jacareí (SP).
A vítima, de acordo com a família, fez aplicação de silicone industrial nos glúteos na tarde de quarta-feira (24). O procedimento foi feito na casa dela e custou R$ 1,5 mil.
Segundo o delegado Ernani Braga, a apuração preliminar já apontou que o procedimento foi feito de maneira clandestina, por profissionais não habilitados.
"Conseguimos os nomes de dois suspeitos, que são cabeleireiros. Eles não são médicos, não poderiam fazer os procedimentos. Eles vieram para Lorena para fazer essa aplicação", disse.
Passagens de ônibus foram achadas na casa de Dayane, com os nomes dos suspeitos - a hipótese é que ela pagou o transporte dos profissionais, que são de Jacareí, até Lorena.
O delegado acredita que o líquido aplicado na jovem é silicone industrial, que é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no corpo humano.
O corpo de Dayane, que morreu às 19h de quarta na Santa Casa de Lorena, foi para o Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta quinta (25), onde foi coletado material para análise.
O exame vai apontar qual substância foi injetada na paciente. O resultado será incluído no inquérito. O boletim de ocorrência foi registrado como homicídio.
Durante o procedimento, com base em informações dadas por Dayane à uma amiga e conversas encontradas pela família no celular dela, a jovem passou mal e foi abandonada pela dupla de cabeleireiros, que sugeriu que ela estava tendo 'queda de pressão' quando ela alertou que passava mal.
Essa mulher que socorreu Dayane, segundo o boletim de ocorrência, é a babá dos três filhos dela e levou a jovem à Santa Casa de Lorena. A paciente deu entrada na unidade 16h53, segundo o prontuário médico.
No local, ela foi encaminhada para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas não resistiu. Dayane morreu às 19h após parada cardíaca.
O pai contou ainda que Dayane, que era atendente de lanchonete, tinha histórico de procedimentos estéticos. “Ela era vaidosa e, apesar de jovem, sempre cuidou muito do corpo. Não imaginávamos que tipo de coisa ou como ela estava fazendo”, disse José.
O corpo de Dayane é velado na tarde em Lorena. Ela era viúva e deixou os filhos de 4, 6 e 10 anos.