Centenas de pessoas lotaram a Câmara Municipal de Juara (distante a 694 Km de Cuiabá) na noite desta quinta-feira (09.05) para debater sobre a regularização fundiária urbana do município, durante audiência pública promovida pela presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputada estadual Janaina Riva (MDB). Como encaminhamento dos debates ficou convencionada a formação de uma comissão entre a prefeitura de Juara, o Poder Judiciário, Câmara Municipal e Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) com o intuito de analisar caso a caso apresentado na audiência.
Segundo um levantamento apresentado pela prefeitura de Juara, são mais de 20 áreas entre urbanas e rurais que carecem de regularização. “Quando assumimos um cargo público nos deparamos com problemas que se perpetuam ao longo do tempo. Décadas e mais décadas vão passando e os problemas ainda estão aí, dentre eles o da regularização fundiária. Queremos e devemos ser parceiros dessa iniciativa e hoje nos comprometemos a fazer o que for possível para ajudar o Intermat nessa empreitada. Essa audiência serviu para que a gente tenha um norte sobre como e por onde começar”, disse o prefeito Carlos Sirena.
Em sua fala o juiz da segunda vara de Juara e diretor do Fórum, Alexandre Sócrates Mendes, lembrou que regularização fundiária é coisa séria e que neste aspecto é necessário separar o joio do trigo para que os aproveitadores e criminosos não sejam beneficiados.
“Infelizmente nem todos os problemas apresentados são passiveis de resolução porque a Lei de Parcelamento do Solo Urbano, além de prever as formas de parcelamento estabelece condutas que são configuradas como crime. Tem pessoas que são vítimas e tem pessoas que são criminosas nessa área. Então a gente necessariamente precisa separar o joio do trigo. Regularização fundiária não é ‘oba oba’, nem quer dizer que vamos regularizar a terra do cara invadiu ou desmatou um patrimônio nacional. Não é isso. Nós estamos aqui para auxiliar aquelas pessoas que têm o seu legítimo direito e anseio de ter sua legítima casa própria, que é um direito constitucional e para isso precisamos fazer essa distinção. O segundo ponto que acho importante dizer é que ninguém resolve esse tipo de problema sozinho, nós precisamos dar as mãos e todos aqueles que têm a possibilidade de resolver o problema na sua área precisa fazê-lo. Esse hoje foi um grande passo e isso é mérito dos vereadores de da deputada que atendeu o pedido deles e mobilizou a todos em torno dessa audiência”, explicou o juiz.
A advogada e representante do Intermat na audiência, Iza Karol Gomes Luzardo Pizza, lembrou que a parceria com o município será de extrema importância para o andamento dos trabalhos. “A regularização é feita por etapas e o primeiro passo prefeitura já deu ao nos apresentar hoje quem são os donos desses terrenos. Não há dificuldade que não possa ser vencida quando todo mundo senta à mesa e tenta traçar caminhos. A situação da regularização urbana de Juara não é diferente do resto do Brasil. Hoje propomos aqui uma parceria para a prefeitura de levantamentos topográfico das áreas a serem regularizadas, bem como com relação à assistentes sociais para fazer o levantamento do perfil de quem está nesses lotes”, diz a advogada.
Em sua fala a presidente ressaltou o orgulho que sentiu em presidir audiência em sua cidade natal e do fato de a primeira mulher a presidir o parlamento estadual ser juarense. “Eu fico emocionada quando venho para minha terra e me compadeço com a situação fundiária problemática que temos aqui. Os vereadores Salvador Pizzolio e Léo Boy colocaram muito bem em suas falas sobre a falta de continuidade nas ações relacionadas a esse assunto que é o que nós estamos buscando hoje. Queremos esse acompanhamento integral do intermat para que consigamos esses títulos definitivos e hoje saio dessa audiência extremamente otimista de que o trabalho conjunto dará bons frutos”, finalizou.
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