Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desenvolveram um produto capaz de eliminar a larva do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, em questão de minutos. O registro de patente do produto já foi solicitado ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
A substância consiste em moléculas sintéticas que, quando diluída em água, é capaz de eliminar o mosquito na fase larval.
O produto é eficiente em baixa concentração, mantendo sua atividade larvicida por até 30 dias. O produto é ecologicamente correto, ou seja, atinge apenas os organismos desejados. Além disso, pode ser utilizado tanto em ambientes já contaminados, quanto para a prevenção.
A substância foi produzida a partir da tese de doutorado da estudante Janaina Rosa de Souza, juntamente com o professor do Instituto de Biociências (IB), Marcos Antônio Soares. O projeto teve a parceria do professor da Faculdade de Engenharia (Campus Várzea Grande), Lucas Corsino, e do estudante de pós-graduação Bruno Zanolo, responsáveis por ceder as substâncias necessárias para os testes.
O produto é eficiente, pois atinge o mosquito durante a sua forma mais sensível, porém, o controle da população não é eficaz com apenas um mecanismo de combate.
Conforme Janaina Rosa de Souza, o interesse em criar uma substância que controle a população do mosquito surgiu a partir do princípio de eliminar um inseto vetor de três doenças infecciosas, sendo capaz de gerar um impacto direto na melhoria da saúde pública.
No Brasil, os casos de dengue cresceram 339% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde.
O primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação (LIRAa) de 2019 indica que 994 municípios podem ter surto de dengue, zika e chikungunya. Em Mato Grosso, a capital Cuiabá e as demais cidades estão em um nível de infestação considerado de risco.