Forte esquema de segurança montado durante a manhã desta quarta-feira (29), em Cuiabá, para cumprimento de mandados de buscas, apreensão e prisão expedidos contra o bicheiro João Arcanjo Ribeiro chamou atenção de vizinhos. Atos para proteger a imagem do suposto criminoso receberam críticas. A rua Doutor Luiz Felipe Sabóia Ribeiro, no bairro Boa Esperança, local rotineiramente tranquilo, permaneceu fechada por algumas horas. Quem praticava caminhada matinal precisou escolher novo rumo.
Atuaram policiais militares lotados na base da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e agentes da Civil. No total, cerca de 10 pessoas. Maioria utilizando toucas ninjas para proteção de identidade. Familiares e advogados do acusado também estiveram presentes. Capricho empregado para acobertar a saída em carros descaracterizados mereceu críticas de populares.
A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) cumpriu os mandados. Dois policiais civis montaram guarda em frente à residência enquanto colegas vasculhavam os cômodos. No interior, o delegado Flávio Henrique Stringueta se empenhava para encontrar provas. Diversos chaveiros foram chamados para que pudessem abrir cofres. Ato contínuo, policiais estocaram sacos de dinheiro nas viaturas.
Preparando a saída, agentes estacionaram quatro carros na garagem da mansão. O portão foi fechado. Chamou atenção de vizinhos e curiosos o uso de um lençol sobre a grade da entrada para impedir o trabalho da imprensa na captura de imagens. “Vocês vão trabalhar para o Arcanjo?”, indagou um dos presentes aos policiais.
Homem não identificado acompanhou toda a operação gritando constantemente a frase “delata Arcanjo”. Moradores de casas próximas se espremeram entre grandes para flagrar mais uma detenção do vizinho ilustre. Ao final, com a saída dos veículos levando Arcanjo, o bairro Boa Esperança voltou a se acalmar. A rua Doutor Luiz Felipe Sabóia Ribeiro foi reaberta.
A prisão
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou, na manhã desta quarta-feira (29), a Operação Mantus, com o escopo de prender duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal denominada jogo do bicho. Aproximadamente 150 policiais civis atuaram.
A operação visa dar cumprimento a 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
As ordens judiciais são cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e em mais 5 cidades do interior.