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Organizações alvos de operação brigavam pelo jogo do bicho em MT e movimentaram mais de R$ 20 milhões, diz delegado

Segundo o delegado da GCCO, uma das organizações era liderada por João Arcanjo Ribeiro e pelo genro Giovanni Zem Rodrigues, e a segunda organização era comandada pelo empresário Frederico Muller Coutinho.

Data: Quarta-feira, 29/05/2019 14:36
Fonte: G1 MT

O delegado Luiz Henrique Damasceno, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), afirmou que duas organizações criminosas brigavam entre si para comandar o jogo do bicho em Mato Grosso. O esquema foi alvo, nesta quarta-feira (29), da Operação Mantus, em Cuiabá.

Segundo ele, uma era liderada por João Arcanjo Ribeiro e pelo genro Giovanni Zem Rodrigues, e a segunda organização era comandada pelo empresário Frederico Muller Coutinho.

Uma terceira organização tentou entrar no esquema, segundo o delegado, mas desistiu após um atentado.

Damasceno explica que a rixa entre Arcanjo e Frederico já acontecia há pelo menos dois anos, período em que começaram as investigações.

Em um ano, segundo a Polícia Civil, as duas organizações movimentaram mais de R$ 20 milhões.

“As prisões em Cuiabá já foram realizadas. Vinte pessoas já foram presas. Os líderes já estão presos. Temos pessoas que faziam o recebimento do dinheiro do jogo do bicho também foram presas. Na casa de Arcanjo foram encontradas anotações do jogo do bicho. As duas organizações brigavam entre elas. As empresas usadas para lavagem de dinheiro eram a Colibri, de João Arcanjo Ribeiro, e a Elo, de Frederico Müller", explicou o delegado.

"Uma terceira organização tentou entrar, mas a pessoa foi alvo de atentados e desistiu de entrar na briga”, disse Damasceno.

As organizações criminosas devem responder por lavagem de dinheiro, extorsão mediante sequestro e extorsão.

 

Operação Mantus

A Operação Mantus foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e pela GCCO para o cumprimento de mandados expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.

As ordens judiciais foram cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e em mais 5 cidades do interior do Estado.

As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.

Uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.

 

João Arcanjo Ribeiro

 

João Arcanjo Ribeiro, conhecido como “Comendador”, é acusado de liderar o crime organizado em Mato Grosso, nas décadas de 80 e 90, além de estar envolvido com a sonegação de milhares de reais em impostos, entre outros crimes.

No ano de 2002, Arcanjo foi alvo da operação da Polícia Federal, Arca de Noé, em que teve o mandado de prisão preventiva expedido pelos crimes de contravenção penal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio. A prisão do bicheiro foi cumprida em abril de 2003 no Uruguai. Arcanjo conseguiu a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em fevereiro de 2018, após 15 anos preso.

 

Frederico Müller Coutinho

 

O empresário Frederico Müller Coutinho é um dos delatores da Operação Sodoma, que investigou fraudes que resultaram na prisão do ex-governador Silval Barbosa. Müller trocava cheques no esquema e chegou a passar dinheiro para o então braço direito do ex-governador. Os cheques teriam sido emitidos como parte de um suposto acordo de pagamento de propina ao grupo político do ex-governador.