Durante audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (29), o juiz decidiu soltar os fiscais da Vigilância Sanitária de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, que estavampresos suspeitos de extorquir o dono de uma peixaria e retirar alimentos do local.
Nelio Flores de Freitas, de 51 anos, e Erick William Pinto, de 37 anos, superintendente da Vigilância, foram presos na segunda-feira (27), após denúncia do proprietário da peixaria.
De acordo com a denúncia, os fiscais exigiam dinheiro para que o estabelecimento pudesse funcionar. Além de cobrar propina, os servidores também teriam retirado mercadorias do local.
Nélio chegou a interditar o estabelecimento no dia 17 de maio e afirmou ao proprietário que ele tinha uma dívida de R$ 12 mil. O empresário, então, decidiu procurar a sede da Vigilância Sanitária no dia 22 de maio.
O superintendente e o chefe de fiscalização, identificado como Lúcio, teriam dito ao empresário que ele poderia reabrir o estabelecimento caso pagasse propina no valor de R$ 4 mil.
No mesmo dia Nélio teria ido até a peixaria para retirar a interdição. Na ocasião, ele pegou 10 pacotes de quibe de peixe, dizendo que Erick teria mandado que o servidor pegasse o produto.
O fiscal teria dito que retornaria ao local na segunda-feira seguinte, para pegar o pagamento. Em troca, o servidor emitiria o alvará de funcionamento.
Após a denúncia do empresário, os policiais flagraram o momento em que Nelio cobrava o empresário.
A Prefeitura de Várzea Grande informou que demitiu Erick da função de superintendente da Vigilância Sanitária, e Nélio, que é servidor de carreira, foi afastado da função de fiscal.
Secretaria de Saúde do município determinou a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a conduta dos servidores.