Trecho da decisão que autorizou a Operação Mantus, contra o jogo do bicho em Mato Grosso, mostra que funcionários da empresa Colibri, ligada a João Arcanjo Ribeiro, conversaram sobre métodos violentos de cobrança. Segundo diálogo, a contratação de três capangas custaria entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.
Os detalhes constam em interceptação telefônica autorizada contra José Carlos de Freitas, acusado de atuar como gerente da organização criminosa na cidade de Cáceres (219 km de Cuiabá).
Na interceptação, em novembro de 2018, Freitas conversa com pessoa identificada como Mariano. Ele diz que está precisando dar um “piau em um cara” na cidade de Mirassol. Logo questiona sobre o preço do serviço praticado pelo “pessoal lá de Rondônia”.
Na resposta, Mariano esclareceu que “custa de dez a quinze”. “Vai em três, os cara vai, tem comida, tem hotel, tem a viagem, depende de onde o cara tá, o custo do combustível”.
“Deste diálogo, podemos concluir que Freitas quer ameaçar alguém”, afirma o juiz Jorge Tadeu, da Sétima Vara Criminal, responsável por autorizar o cumprimento da Operação Mantus.
A operação
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou, na manhã de quarta-feira, a Operação Mantus, com o escopo de prender duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal denominada jogo do bicho.
A operação visou dar cumprimento a 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos justamente pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
Entre os presos estão dois supostos membros de organizações criminosas concorrentes: João Arcanjo Ribeiro e Frederico Muller.