Presidente do PT em Mato Grosso pede exoneração de ministro da Justiça após vazamento de conversa
Data: Segunda-feira, 10/06/2019 19:54
Fonte: Olhar Direto
O deputado estadual Valdir Barranco (PT) defendeu a exoneração imediata do ministro da Justiça, Sérgio Moro, alvo de série de reportagens do The Intercept Brasil que publicou trechos de conversas privadas atribuídas ao ministro e que teriam sido feitas enquanto ele ainda era juiz federal em Curitiba e estava à frente dos processos da operação Lava Jato. De acordo com a reportagem, Moro teria colaborado com o Ministério Público Federal, o que é vedado pela Constituição. Para Barranco, a publicação das conversas de Moro expôs a parcialidade da força-tarefa da Lava Jato. “Não é surpresa, mas nós queremos que seja tomada providência porque a justiça nesse momento está nua e o Supremo [Tribunal Federal] também está afetado, o Ministério Público está sem credibilidade, o Moro precisa pedir renuncia, precisa pedir exoneração imediatamente”, afirmou. Barranco defende que o caso seja investigado e saia do comando do Ministério da Justiça por conta disso. “Eu acho que o Congresso Nacional vai atuar, vai ter CPI, porque ele é o ministro da Justiça e é chefe da Polícia Federal que nesse momento vai ter a incumbência de fazer as investigações sobre esse caso. Acabou de sair já a determinação do Conselho Nacional do Ministério Público já determinando que se faça o inquérito para investigar o Deltan Dallagnol e os outro procuradores envolvidos agora. Então, assim, eu acho que a Justiça está descredibilizada. Não só no Brasil, mas principalmente no exterior e é preciso ter um resposta rápida”. Jogada eleitoral Barranco sustenta que o vazamento das conversas só reforça tese defendida por petistas desde a condenação do ex-presidente Lula de que a operação lava jato foi direcionada para prejudicar o projeto político petista de retomar a Presidência da República. “Para nós, nenhuma surpresa porque nós sabíamos que [operação Lava Jato] foi um conluio e o presidente Lula nunca teve medo de fazer esse desafio de pedir para eles provarem, porque sabia que eles não tinham prova, que havia todo um conluio para retirá-lo das disputas eleitorais porque sabiam que ele era imbatível”, disse Barranco. “Primeiramente tiraram ele das ruas, não foi suficiente porque ele continuava crescendo, então deixaram ele inelegível e depois ainda houve uma conspiração - e agora fica provado - para impedir a sua entrevista no período eleitoral porque tinham medo que isso pudesse alavancar a candidatura do Haddad”, completou Barranco. O presidente do PT em Mato Grosso afirma que ainda não há uma diretriz nacional do partido sobre como proceder diante do caso. A deputada federal Gleise Hoffmann, presidente nacional da legenda, chega em Mato Grosso na sexta-feira e cumpre agenda até sábado.