O advogado Ulisses Rabaneda recorreu contra sentença de pronúncia responsável por determinar que dois supostos participantes da chacina de Colniza (1.114 km de Cuiabá) passem por júri popular.
A decisão de pronunciamento proferida pelo juiz Ricardo Frazon Menegucci atingiu Valdelir João de Souza, conhecido como “Polaco Marceneiro” e Pedro Ramos Nogueira, vulgo “Doca”.
Valdelir é assistido por Rabaneda. Frazon estabeleceu prazo para que a defesa argumente sobre o recurso. Após argumentação, o Ministério Público Estadual também deve se manifestar.
A chacina, ocorrida no dia 19 de abril de 2017, abrange outros três acusados. Os processos foram desmembrados. Além de Valdelir e Pedro Ramos, constam como denunciados Paulo Neves Nogueira, Ronaldo Dalmoneck (o “Sula”) e Moisés Ferreira de Souza (conhecido como “Sargento Moisés” ou “Moisés da COE”).
Conforme o MPE, os cinco denunciados pela chacina integram um grupo de extermínio denominado “os encapuzados”, conhecidos na região como “guachebas”, ou matadores de aluguel, contratados com a finalidade de praticar ameaças e homicídios.
No dia da chacina, Pedro, Paulo, Ronaldo e Moisés, a mando de Valdelir, foram até a Linha 15, munidos de armas de fogo e arma branca, onde executaram Francisco Chaves da Silva, Edson Alves Antunes, Izaul Brito dos Santos, Alto Aparecido Carlini, Sebastião Ferreira de Souza, Fábio Rodrigues dos Santos, Samuel Antonio da Cunha, Ezequias Satos de Oliveira e Valmir Rangel do Nascimento.
O grupo de extermínio percorreu aproximadamente 9 km, matando, com requintes de crueldade, todos os que encontraram pelo caminho. “Os denunciados executaram as vítimas, em desígnios autônomos, de forma repentina e mediante surpresa, utilizando-se de crueldade, inclusive tortura, dificultando, de qualquer forma, a defesa dos ofendidos”, diz a denúncia.