A Polícia Civil do Mato Grosso (MT) abriu inquérito para apurar o desaparecimento de duas pessoas após decolarem de Espigão D’Oeste (RO) em um avião de pequeno porte com destino a Fortaleza (CE). O piloto Haiub Cordeiro Júnior, de 38 anos, e o acompanhante, Joerli Silvares, de 34 anos, sumiram no dia 28 de abril e continuam desaparecidos.
A Força Aérea Brasileira (FAB) chegou a fazer buscas pelas vítimas na divisa entre o MT e o Pará, mas suspendeu os trabalhos sem encontrar qualquer vestígio do voo ou sinal dos tripulantes assim que o caso completou um mês.
Por telefone, o delegado à frente da apuração, Felipe Leoni, informou apenas que a polícia "segue fazendo diligências a fim de encontrar os ocupantes do avião" e não forneceu mais informações.
Sem notícias desde então, familiares angustiados cobram da Justiça agilidade nas buscas. Esposa de Joerli, a acadêmica Keilla Casiano disse que a última mensagem que recebeu do delegado foi no dia 4 de junho.
Por meio de um aplicativo de mensagens no telefone, o delegado informou a ela apenas que a polícia estava trabalhando no sentido de solucionar o caso.
"Estamos tendo dificuldades de comunicação, pois muitas vezes quando mandamos mensagens o delegado não responde e quando responde são superficiais", reclamou Keilla.
Nesse momento, o que a família mais deseja é que a quebra de sigilo telefônico de Joerli seja feito, isso porque apontará o último local onde o aparelho celular apresentou sinal de internet e ajudará a fazer uma limitação melhor às buscas e até uma nova pista para a FAB retomar as buscas. O pedido chegou a ser negado pela Justiça.
"Já tem mais de 20 dias que pedimos essa quebra de sigilo telefônico e até agora nada. Eu não entendo o motivo de tanta demora, tendo em vista que há duas pessoas desaparecidas. São dois seres humanos, que tem filhos, família. Nós estamos angustiados e precisamos de uma resposta", clama a esposa.
Segundo Keilla, sem auxílio dos órgãos públicos e suporte financeiro para procurar, a falta de informação tem sido angustiante.
"Nós temos duas filhas pequenas, minha filha de 10 anos a gente vê que ela sente muito a menor de dois anos chama muito pelo pai. Estamos vivendo a espera de um milagre, eu quero meu marido vivo ou morto e isso é um direito da família", desabafou Keilla.
"Eu estou tocando minha vida, pois não tem outra opção, mas está insuportável"
"É muito angustiante viver sem saber o que aconteceu com ele. Tudo que faço é pensando no meu filho, se está bem, se comeu, se está machucado. Joerli foi criado em sítio. Então tenho esperança que ele esteja vivo em alguma mata, esperando ser resgatado", acreditou.