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"Antes até eu tinha preconceito, agora nem vejo mais", diz mulher 22 anos mais velha que o marido

Data: Quarta-feira, 12/06/2019 09:26
Fonte: Olhar Direto

Maria Aparecida da Costa, 55, foi casada por muito tempo com um homem 22 anos mais velho que ela, e sempre achou estranho quando via, na rua, o oposto de seu relacionamento, ou seja, uma mulher mais velha que seu namorado. Até que, nove anos depois de ficar viúva, viu-se na mesma situação. Hoje, casada há um ano e meio com Antônio Paulo, de 33 anos, ela comemora os louros de uma relação livre de cobranças e aproveita a companhia.

Maria e Antônio se conheceram na igreja, há 18 anos. Quando ela começou a frequentar ‘O Brasil para Cristo’, o seu futuro marido já estava lá. Mas muita coisa aconteceu antes do fatídico encontro. “Há cinco anos ele foi para outra igreja, dos pais dele, e voltou há dois anos. Um mês e pouco depois da volta,  a gente conversou. Mas pra mim não tinha outra intenção, porque eu nunca gostei de pessoas mais jovens, nunca namorei”, contou Maria ao Olhar Conceito.

Antônio tinha perdido sua noiva, com quem ficou por onze anos, vítima de um câncer no cérebro, e que também era 22 anos mais velha que ele, e buscava uma nova companhia. O primeiro contato com a intenção de um relacionamento veio por meio das redes sociais. “A principio ele só cumprimentou, e alguns dias depois, pelo Messenger, me convidou para sair para conversar”.

Maria estranhou o convite. “Ele me perguntou se eu o achava muito feio, muito moço pra mim... e a princípio eu fiquei meio constrangida de responder. Depois acabei aceitando”.

O casal teve seu primeiro encontro em uma pizzaria do bairro, mas Maria só conseguiu se sentir constrangida. “Eu o achei muito criança, muito menino. E quando ele me levou em casa, perguntou quando a gente ia se ver novamente, e eu falei: ‘deixa rolar pra gente ver o que vai dar...”

No dia seguinte, logo cedo, chegou a mensagem de bom dia. A conversa evoluiu para algumas horas no telefone e no WhatsApp, e outros encontros aconteceram, até que Maria decidiu perguntar a opinião do pastor. “O pastor da minha igreja conhece ele desde criança... e disse, olha, não é criança, ele tem idade de menino novo, mas tem uma postura de pessoa mais velha. Ele não quer te enrolar”. Maria também percebeu a maneira ‘séria’ de viver de Antônio, e decidiu arriscar.

Dificuldades

Foi só dois meses depois do início do namoro que Maria decidiu contar a novidade para sua família. Mãe de três (uma mulher de 35 anos, e dois homens de 33 e 40), ela enfrentou dificuldades. “Minha filha já o conhecia da igreja, e ela só disse ‘ah mãe, a vida é da senhora’... mas o filho mais velho demorou mais pra aceitar, não falava nada, mas dava para perceber. Um pouco de ciúmes também. Acho que eles não percebem que a mãe está sozinha, e pensam que ele quer se aproveitar”, lamenta.

Outra dificuldade foi em relação à própria sociedade. Maria lembra a primeira vez que percebeu que não seria tão simples: “Fui com ele a uma loja de roupas masculinas. Ele estava escolhendo umas camisas, e a vendedora não se dirigiu a ele pra vender, se dirigiu a mim, como se eu fosse comprar pra ele. Ela disse: ‘nós estamos com uma promoção ótima, temos uma oferta de três camisas por tanto... a senhora não gostaria de aproveitar?’ Ele até foi ríspido, virou pra vendedora e falou: ‘você deve falar comigo. Converse comigo porque sou eu que estou comprando e pagando, ela só vai me ajudar a escolher’. Ela ficou até sem graça”.

Se nas primeiras vezes que saía com ele, Maria tinha vergonha do que os outros pensariam, hoje nem percebe mais os olhares. O que importa, no fim, é o dia a dia com seu novo amor. “Eu sou uma pessoa muito independente. E uma coisa que eu nunca aceitei foi não ser independente, marido querer controlar. Então eu continuo sendo independente do mesmo jeito. O que mudou é que eu não estou sozinha. Agora eu sei que tenho uma pessoa, um companheiro, um amigo, que é bastante parceiro. O amor, o casamento, é bom. Mas se ele não te dá paz, não adianta. E isso ele me dá. Ele me dá paz”, finaliza.