A Fundação Nacional do Índio (Funai), em parceria com o Ibama, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Mato Grosso, deflagrou no fim de maio deste ano a operação ‘Lavra Ilegal’, nas Terras Indígenas (TI) Sararé e Paukalirajausu, habitadas pelos Nambikwara, na fronteira oeste do Mato Grosso. Na ação, foram fechados garimpos e também locais de extração ilegal de madeira.
Após denúncias e ações de inteligência e monitoramento que identificaram atividade garimpeira na região, a Funai solicitou cooperação imediata das instituições em prol do combate e repressão de ilícitos, durante a última semana de maio.
As equipes desarticularam dois pontos de garimpo ilegal onde foram encontrados acampamentos com roupas, alimentos, agentes químicos, tipo mercúrio, para lavra ilegal, materiais e ferramentas diversos da atividade garimpeira.
No total, uma máquina retroescavadeira, quatro motores e um motor gerador foram apreendidos e inutilizados juntamente aos acampamentos. Os alimentos e utensílios domésticos foram destinados às comunidades indígenas Nambikwara.
Além dos dois garimpos, as equipes desarticularam áreas de extração ilegal de madeira. Identificados e percorridos vários carreadores, ramais e trilhas ilegalmente abertas na mata a fim de facilitar a atividade ilegal de extração de madeira, foram encontradas diversas espécies de árvores derrubadas - garapeira, peroba rosa, cabreúva e mogno - com serragem em forma de lascas e réguas, o que sugere a extração ilegal para fins de comercialização. Um caminhão com motossera, combustível e materiais diversos foi encontrado ainda com a chave na ignição, sugerindo que o indivíduo se evadiu ao encontrar as equipes. O veículo foi apreendido.
De acordo com André Rodrigues, coordenador técnico local em Pontes e Lacerda, a missão mostrou-se eficiente por atingir todos os objetivos propostos. "Apesar de, nessa operação, não ter havido prisão de indivíduos atuantes nas atividades ilegais, a desarticulação de pontos focais de ilícitos aponta para maior presença do Estado na área, fazendo-se comprometido em proteger as comunidades e Terras Indígenas, por meio das instituições competentes para tal e as ações permanentes na região", declarou o coordenador.
As equipes promoveram a ação durante três dias, com base nas informações provenientes da atuação constante da Coordenação Regional de Cuiabá e da Coordenação Técnica Local em Pontes e Lacerda e das fiscalizações na região, ocorridas durante o ano de 2018 e em fevereiro de 2019, com apoio das mesmas instituições parceiras.
A cooperação e compartilhamento de informações entre os órgãos envolvidos oportunizaram o desenvolvimento de estratégias que foram decisivas para o sucesso da missão, segundo o Ibama.