Após o anúncio feito nesta quinta-feira (13) pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de que o Brasil voltará a exportar carne bovina para a China, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) afirma que a boa notícia não minimiza os impactos ocasionados no campo.
De acordo com os pecuaristas, foram de três a quatro dias sem compra de animais. Ou seja, o criador que precisava vender ficou prejudicado.
Por outro lado, a abertura da temporada de confinamentos fez com que o produtor segurasse o gado e mudasse a estratégia. A seca ainda não prejudicou os pastos e o rebanho está reguardado até que os preços voltem ao patamar anterior.
Ainda segundo a Acrimat, quando o mercado foi fechado, no dia 3 de junho, o preço da arroba estava favorável. Depois caiu, com o fechamento. Agora, os criadores aguardam que os preços voltem ao normal.
Após a detecção de um caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), a chamada doença da "vaca louca", no estado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) suspendeu a exportação de carne bovina para a China.
Na época, o Mapa afirmou que a suspensão das exportações atendia a um acordo sanitário entre Brasil e China e que seria temporária e "protocolar".
Além disso, segundo o ministério, a medida é "automática" e está prevista no documento assinado em 2015 com a China, que determina a suspensão quando houver algum risco após a detecção de alguma doença.
Entretanto, o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT) alegou que o caso detectado era atípico e que não oferecia risco a outros animais ou à saúde humana.
O Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo) se manifestou dizendo que, após a suspensão, seria essencial que o setor buscasse equilíbrio, adaptando-se aos novos números do mercado.
Segundo o sindicado, adequações, como redução da oferta de animais às indústrias, e redução dos abates seriam imprescindíveis para amenizar prejuízos.