O delegado Frederico Ferdinando Murta, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil, afirmou que os 86 aparelhos de celular que foram apreendidos no último dia 6 de junho, e que entrariam na Penitenciária Central do Estado (PCE) com auxílio do diretor da unidade prisional, eram destinados a líderes do Comando Vermelho. Ele ainda afirmou que a relação entre servidores penitenciários e policiais militares, para atuar na entrada de aparelhos de celular na penitenciária, é antiga.
A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu na manhã desta terça-feira (18) sete mandados de prisão e oito ordens de busca e apreensão, na operação “Assepsia”, deflagrada após investigações da GCCO sobre a entrada de aparelhos celulares em unidades prisionais do Estado.
As 15 ordens judiciais são pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foram expedidas depois de representação dos delegados e manifestação favorável do Ministério Público Estado, via o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO). O diretor da PCE, o sub-diretor e outros três policiais militares são alvos da ação.
A operação é resultado de investigações que foram realizadas após a apreensão de mais de 80 celulares, além de chips e carregadores, que foram encontrados escondidos dentro de um freezer que seria entregue na unidade prisional. O delegado disse não saber confirmar o valor de tudo o que foi apreendido nem para o que seria usado, especificamente, mas afirmou que iria para o Comando Vermelho.
“Acho bastante precário falarmos do que seria feito com os aparelhos. O que nós conseguimos comprovar foi que os aparelhos estavam entrando na penitenciária, arquitetado de alguma forma com envolvimento destes servidores, e que os celulares seriam distribuídos lá dentro, que eram destinados a uma das lideranças do Comando Vermelho”, disse.
Além disso, o delegado também afirmou que esta não foi a primeira vez que os servidores penitenciários e os policiais atuaram juntos para a entrada de aparelhos celulares dentro da PCE.
“O que eu posso confirmar é que esta relação entre os servidores da penitenciária e estes militares que hoje foram alvos da operação, é que já se desenrolava há algum tempo, já tinham este acesso ali há algum tempo, não foi uma conduta isolada”.