Um apartamento pegou fogo no 6º andar de um prédio no bairro Água Verde, em Curitiba, na manhã deste sábado (29). Quatro pessoas ficaram feridas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as vítimas são um garoto de 11 anos, uma mulher de 23 e dois homens de 27 e 30 anos.
A criança precisou ser reanimada, segundo os bombeiros. O menino foi arremessado do prédio, com a força da explosão. Ele caiu do 6º andar, conforme o major Eduardo Pinheiro, do Corpo de Bombeiros.
O garoto foi encaminhado ao Hospital do Trabalhador, que informou que ele teve uma parada cardiorrespiratória. O estado de saúde do menino é grave. Por volta das 11h30, ele passava por uma cirurgia.
As outras três vítimas foram levadas para o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. Pelo menos, cinco médicos atenderam cada uma delas. O estado de saúde delas é considerado grave.
Uma explosão foi registrada no imóvel e, então, houve o incêndio, conforme a Polícia Militar (PM). O apartamento fica no último andar do prédio, localizado na Rua Dom Pedro I.
As paredes do apartamento desabaram, e as chamas tomaram conta dos cômodos.
Uma moradora, que ficou presa nos escombros, gritava pedindo socorro. Dois homens entraram no apartamento para tentar ajudar. Um deles conseguiu chegar até a mulher e tirá-la dali.
A situação aconteceu por volta das 9h30. Bombeiros foram ao para controlar o incêndio.
Testemunhas relataram à RPC o que viram. A vizinha do apartamento que explodiu contou que a janela do imóvel dela foi arremessada.
"Foi descendo gesso em cima da gente, aquela fumaceira. Meu esposo me chamava, e eu chamava ele. A gente só conseguiu achar a porta e sair correndo. Eu tinha acabado de sair do banho e veio aquele estrondo", contou Elide da Silva.
Elide contou que as pessoas que estavam no apartamento pediam por socorro, mas ela e o marido não conseguiram entrar porque a porta estava trancada e porque tinha muita fumaça.
"Eles gritavam: 'socorro, socorro, tem gente aqui'. Era um grito de dor, e isso me deixava mais em desespero. A porta estava trancada, e nós não conseguíamos fazer nada", disse a vizinha.
O vizinho de um prédio, que fica a cerca de 200 metros do edifício em que houve o incêndio, contou que sentiu a explosão e que viu quando as vítimas foram retiradas.
"Eu ouvia a gritaria. Quando eu vim aqui na frente do prédio, eu vi que tinha uma criança no chão, na calçada estirada, algumas pessoas vindo queimadas. Aí que a gente começou a ver a gravidade da situação", explicou Nader Abdo Assaf.
Ele contou que, inicialmente, achou que algo tivesse acontecido no edifício onde ele mora. "Dentro da minha casa, além da energia cair, tremia bastante coisa. Eu desci correndo", relatou Assaf.
Estilhaços da explosão chegaram a atingir prédios da vizinhança. A explosão foi sentida nos arredores do edifício.
O soldado da PM Maykon Roquejani estava de folga e passou em frente do prédio no momento do incêndio. Então, parou para ajudar e socorrer às vítimas.
"Eu estava passando pelo local e escutei uma explosão muito grande. Fui direto para a frente do apartamento, quando cheguei na frente do apartamento, já tinha um morador saindo com um celular na mão com a lanterna ligada. Eu falei: 'me dá o celular'. Imaginei que estivesse sem luz. Encontrei um sargento do bombeiro que falou 'vamos subir'".
Antes, o soldado disse que viu o menino deitado no estacionamento e verificou a pulsação. Depois, subiu até o 6º andar do edifício.
Ele contou que antes de salvar a mulher, que se chama Raquel, tentou junto com o sargento apagar o fogo com um extintor que tinha ali, mas o extintor estava muito quente.
O soldado, então, tirou a camiseta para que o sargento segurasse o extintor com a peça de roupa. "Mesmo assim não dava conta de segurar o extintor, e a gente ouvindo a gritaria", relatou.
"Outra pessoa chegou com um hidrante. Foi nessa hora que pegamos o hidrante, eu e o sargento, apagamos um pouco do fogo. Quando o sargento passou, eu passei, a Raquel veio de encontro a mim", afirmou o soldado.
A Raquel teve 80% do corpo queimado.
De acordo com o major Fernando Machado, do Corpo de Bombeiros, o que pode ter causado o incêndio foi o uso de um equipamento de impermeabilização.
O equipamento estava sendo utilizado no momento da explosão. O major explicou que, quando há um acúmulo de gás desse equipamento em um ambiente fechado, pode gerar uma explosão.
Ele afirmou que não foi constatado vazamento de gás, nem no apartamento, nem no prédio.
A Prefeitura de Curitiba informou que a Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) interditou o edifício temporariamente.
Os pertences de todos os moradores estão sendo retirados do prédio, com o apoio do Corpo de Bombeiros.