O médico Denis César Furtado, conhecido como Dr. Bumbum e acusado pela morte de uma paciente no Rio de Janeiro, se tornou réu em um novo processo na Justiça do Distrito Federal. Agora, ele e a mãe, Maria de Fátima Furtado, são acusados de estelionato.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o médico e a mãe dele induziram uma paciente ao erro ao submetê-la a um suposto tratamento que garantiria "curas e resultados milagrosos" sem que fossem feitos exames anteriores. O método não tem comprovação científica.
Para fazer o atendimento, o médico usou uma casa no Lago Sul como clínica, na noite de 21 de fevereiro de 2017. De acordo com o MP, ele cobrou R$ 9 mil da vítima, sem emissão de nota fiscal.
As investigações apontam ainda que mãe e filho omitiram informações importantes sobre quais seriam os procedimentos e produtos empregados no suposto tratamento. Alguns desses produtos foram usados de forma não permitida pela Vigilância Sanitária e teriam causado dores à vítima.
De acordo com os promotores do caso, Dr. Bumbum e a mãe dele exerceram a medicina ilegalmente. Na época a Maria de Fátima estava com o registro de médica cassado, e Denis teria "extrapolado os limites da profissão" ao indicar esse tratamento, desaconselhado para a paciente.
O Ministério Público pede a condenação dos dois e o pagamento de R$ 30 mil por danos morais. Como ele mudou de advogado, a reportagem não conseguiu contato com a nova defesa dele e a da ré.
Em Brasília, o Dr. Bumbum, como era chamado pelas pacientes, trabalhou em ao menos três lugares. Uma clínica no Lago Sul, área nobre da capital, chegou a ser considerada clandestina pela Polícia Civil do DF.
Denis Cesar Furtado teve o registro de médico cassado, no DF, em abril de 2019. Desde então ele está proibido de exercer a função de médico em todo o Brasil.
Segundo pacientes, ele também atendia em uma clínica da Asa Norte e trabalhou no Hospital das Forças Armadas (HFA), onde exerceu a função de oficial médico temporário. Até a última atualização, o HFA não tinha aberto procedimento administrativo ou sindicância contra ele quando trabalhou no local.
Além de ter cerca de 645 mil seguidores em uma rede social, o médico usava o WhtasApp para negociar procedimentos estéticos. À TV Globo e ao G1, duas mulheres que moram no Distrito Federal contaram que conheceram o profissional pelas redes sociais e agendaram os atendimentos por meio do aplicativo.