O sobrinho que foi preso suspeito de matar a tia e arrancar o coração dela, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, foi transferido nessa quarta-feira (17) do Centro de Ressocialização de Sorriso (CRS) para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira (conhecida como Ferrugem), em Sinop, a 503 km da capital.
A transferência foi confirmada nesta quinta-feira (18) pela assessoria da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) de Mato Grosso.
Maria Zélia da Silva, de 55 anos, foi morta a facadas no dia 2 de julho dentro da própria casa, no bairro Vila Bela, pelo sobrinho Lumar Costa da Silva, de 28 anos. Ele ainda levou o coração da vítima e o entregou para uma filha de Maria Zélia.
Ele confessou o crime e disse não estar arrependido. No dia 10 de julho ele prestou depoimento na Polícia Civil e, ao sair, afirmou à imprensa que ouviu 'vozes' do universo que o orientaram a cometer o crime.
Segundo a Sesp, a transferência foi necessária como medida de segurança por conta das circunstâncias que envolvem o crime e o perfil de Lumar.
Foi a própria direção do CRS que pediu a transferência do preso para a penitenciária de Sinop.
A transferência foi autorizada na segunda-feira (15) pelo juiz Anderson Candiotto, da Primeira Vara Criminal.
O sobrinho tinha se mudado para Mato Grosso há quatro dias depois de tentar matar a mãe dele em Campinas, São Paulo. O delegado André Ribeiro classificou rapaz como 'repugnante, monstro e perturbado'.
Lumar, atualmente desempregado, é técnico em redes de sistema e morava em São Paulo.
De acordo com a Polícia Civil, Lumar chegou a Mato Grosso no dia 28 de junho para morar com a tia. No mesmo dia que chegou o rapaz entregou currículos na cidade. A família diz que ele é considerado uma pessoa inteligente e fala duas línguas.
Maria Zélia abrigou o rapaz, mas o suspeito também começou a causar problemas para a família em Mato Grosso. A tia sabia do desentendimento com a mãe dele em São Paulo. O comportamento dele teria mudado, conforme familiares, depois da briga com a mãe.
Outro fator que influenciou a decisão de Maria Zélia foi a de que o sobrinho é usuário de drogas e começou a usar entorpecente na casa dela. Religiosa, a vítima se sentia incomodada com as atitudes do sobrinho.
“Ele tirou a vida da tia, abriu o corpo e retirou o coração. Colocou o coração em uma sacola plástica de mercado e levou para a casa da filha da vítima, deixando em cima da mesa”, detalhou o delegado.
Na sequência, Lumar, obrigou a prima a entregar as chaves do carro dela. Ele saiu pela cidade e bateu em um transformador de energia, além de invadir a empresa de energia elétrica da cidade.
Ele começou a andar a pé pela cidade, até a ser abordado pela Polícia Militar, na Rua das Videiras, e demonstrava estar bastante transtornado.
Para o delegado, o sobrinho é uma pessoa fria, age como se nada tivesse acontecido e não demonstra arrependimento. O delegado pretende pedir exame psiquiátrico do suspeito.
Segundo o perito Nilson Carlos Dalberto, o suspeito usou duas facas para matar a vítima. A mulher tinha três ferimentos, no pescoço e no tórax. A perícia acredita que ela ainda estava respirando quando o sobrinho abria o tórax dela.