Inspirada no 'Chá Revelação' e motivada pela desconfiança do ex-namorado, uma mãe decidiu fazer um 'Chá do DNA' para comprovar a paternidade da filha, Helena, de 1 ano e 7 meses, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, na terça-feira (23).
Rafaela Silva Lima, de 24 anos, contou ao G1 que a ideia de fazer o 'Chá' surgiu de uma amiga dela que acompanhou a gravidez. O resultado do exame saiu no dia 18 deste mês.
“Já tinha certeza que ele era o pai, mas ele ficava implicando. Queria fazer um churrasco para comemorar com minhas amigas, foi então que uma delas deu a ideia do chá e eu topei”, disse.
A idealizadora do 'evento', Jhenifer Lisboa, foi a única a ver o resultado antes da revelação. “Todos já defendiam a paternidade, mas resolvemos fazer uma comemoração”, ressaltou.
Rafaela publicou um vídeo no perfil dela nas redes sociais do momento em que a paternidade foi revelada. Até agora, a publicação tem mais de 30 mil compartilhamentos.
A 'festa' teve direito a uma mesa decorada com doces, fotos e balões. O vídeo mostra o momento em que o bastão de fumaça é aceso e indica uma cor verde, confirmando o resultado da paternidade.
“Não tinha intenção de repercutir. Quase não publico nada, mas resolvi fazer essa brincadeira para chegar até ele”, explicou.
O pai da menina, que é estudante de engenharia agrícola, não estava presente no chá e, segundo Rafaela, ele ficou sabendo após o irmão dele o marcar na publicação.
“Ele não se manifestou. Achei que ele pediria desculpas pelas vezes que desconfiou de mim, mas isso não aconteceu”, disse.
Em nota enviada ao G1, o pai da criança informou, por meio da advogada, que não autorizou e nem tinha conhecimento da realização do chá de revelação do exame de DNA. Além disso, ele afirmou que está triste com a atitude da ex, por expor a vida da filha.
“Sempre foi um bom pai e sempre honrou com o seu compromisso afetivo e alimentício com criança, inclusive desde a gestação da mãe”, diz em trecho da nota.
A gravidez e desconfianças
Rafaela é estudante de letras da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), campus Rondonópolis, e se mudou de Goiás para a cidade após ser aprovada no vestibular.
Sem ter família na cidade e com dificuldades para encontrar emprego, ela procurou alguém para dividir o aluguel, foi quando conheceu o pai da criança.
“Como éramos solteiros, começamos a nos relacionar e um mês depois fiquei grávida. Ele ficou empolgado no início, mas depois o clima foi ficando estranho na casa e começamos a nos desentender”, contou.
Após as brigas, a estudante se mudou da casa e foi morar na casa de uma amiga. Foi então que as desconfianças do ex começaram.
“Ele começou a falar que a bebê não era dele e que faria o teste de DNA quando ela nascesse. Logo depois, ele passou a ajudar e acompanhar a gestação, mas depois voltou a desconfiar. Quando a bebê nasceu, falei para ele não registrar, mas ele insistiu e registrou”, explicou.
Rafaela disse que chegou a voltar com o ex e planejavam até o casamento. No entanto, os amigos dele começaram a insultá-lo dizendo que ele não era o pai.
“Estávamos bem, mas, de repente, ele começou a questionar a paternidade de novo. Os amigos diziam que a criança não tinha semelhança e ele começou a me humilhar”, relatou.
Atualmente a criança vive com Rafaela. “Pedi a guarda compartilhada, mas ele não aceitou, disse que a criança deveria ficar apenas com um ou outro”, afirmou.