A delegada da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, Elaine Fernandes, foi entrevistada no quadro Papo das Seis do Bom Dia MT, desta sexta-feira (26).
Ela falou sobre dados que apontam a redução da criminalidade na cidade, fez críticas às leis brasileiras e alertou a população sobre cuidados básicos para se evitar furtos e roubos.
De janeiro a junho deste ano foram efetuadas 168 prisões relacionadas a roubos e furtos, em Várzea Grande, sendo mais de 90 prisões em flagrante, segundo . No entanto, a maioria desses presos já foram soltos, de acordo com a polícia.
Os crimes de roubos e furtos na cidade caíram de 3.190, de janeiro a junho de 2018, para 2.953 no mesmo período de 2019, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp).
Apesar da redução, a delegada afirma que a maioria das pessoas que foram presas por cometerem esses crimes já estão soltas pelo fato das leis serem 'fracas'.
“O ideal é zerar esse número. O problema é que no nosso país poucas pessoas ficam presas. Somente a polícia não vai resolver essa situação, pois é preciso que cada instituição assuma a sua responsabilidade nesse cenário”, ressaltou.
Segundo Elaine, os crimes de receptação é o que tem incentivado a prática do roubo na região.
“O crime de receptação e a pena para ele é uma piada nesse país. Se a sociedade não se conscientizar do seu papel na segurança pública, queimaremos recursos. Existe uma rede de criminosos que se consideram 'empresários do crime', mas quem deixa eles dessa forma é a própria sociedade”, pontuou.
Além disso, a delegada alertou para que a população tenha mais atenção ao andar nas ruas com o celular na mão, pois pode chamar a atenção dos criminosos e facilitar o roubo.
“Muitas pessoas andam nas ruas de cabeça baixa mexendo no celular. Fazemos o nosso trabalho enquanto polícia, mas a segurança começa com o próprio cidadão, que precisa estar sempre em estado de alerta”, disse.
Atualmente, Elaine desenvolve um projeto social que atende cerca de 50 crianças e adolescentes em práticas esportivas, em Várzea Grande.
“Essa é só uma 'gota' que estou dando, imagina se cada pessoa fizesse a sua parte? Acredito que a educação pode mudar um país. Se o Brasil investisse verdadeiramente em educação não viveríamos essa realidade”, ressaltou.