Em cerimônia de assinatura do contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul, no Estado de Goiás, nesta quarta-feira (31), o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), ao lado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, anunciou que a Ferrogrão, que ligará a cidade de Sinop ao porto de Miritituba (PA), terá o processo licitatório pronto até o início de 2020.
Em seu discurso durante a cerimônia, o ministro destacou que o governo trabalha para integrar a Ferrovia Norte-Sul com outras linhas com a concessão de mais ferrovias, entre elas, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que liga Caetité ao porto de Ilhéus, na Bahia e a Ferrogrão, ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA), que beneficia a produção agrícola do Mato Grosso. A previsão é que os editais saiam entre 2019 e o início de 2020. Outro ponto é a prorrogação de contratos já existentes.
“Vamos fazer a prorrogação das malhas que representam vantagem para a administração. Em vez de botar o dinheiro de outorga nos cofres do Tesouro Nacional, a gente está capturando esse dinheiro no sistema ferroviário. Estamos pegando uma outorga e obrigando a fazer uma construção ferroviária com essa outorga e, no final das contas, é uma forma criativa de colocar dinheiro para dentro e colocar infraestrutura para dentro”, disse o ministro.
Durante visita a Mato Grosso, no mês de junho, o ministro Tarcísio de Freitas discutiu sobre a construção da Ferrovia Integração Centro-Oeste (Fico) e o prolongamento da Ferronorte. Se viabilizadas as obras, a chamada Ferrogrão deverá passar por Cuiabá e ser estendida até Lucas do Rio Verde, totalizando 1.180 km de extensão.
Um projeto que confirma a viabilidade técnica e econômica da ferrovia foi elaborado pela empresa que detém a concessão do terminal e apresentado ao ministro. Na ocasião, ele afirmou que a expectativa era de que a obra fosse licitada ainda este ano. No entanto, Tarcísio não estabeleceu data para que isso aconteça.
A Ferrogrão faz parte do antigo Programa de Investimentos em Logística (PIL), do Governo Federal, e sua construção é de interesse das principais tradings do agronegócio Amaggi, ADM, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus, e consorciada com a Estação da Luz Participações Ltda (EDLP). Juntas, as cinco tradings respondem por aproximadamente 70 das exportações de soja.