Preso na quarta-feira (31) em São Paulo, o homem conhecido como “doleiro dos doleiros”, Dario Messer, possuía uma cédula de identidade falsa de Mato Grosso. No registro geral encontrado, o suposto criminoso era identificado como Marcelo de Freitas Batalha e seria natural de Lorena (SP).
A Polícia Federal prendeu Dário Messer no bairro dos Jardins, na Zona Oeste da capital paulista. Ele é réu na Operação "Câmbio, Desligo", que investiga operadores do sistema financeiro suspeitos de transações ilegais no Brasil e no exterior.
Segundo informações do Correio Braziliense, a operação é um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro e mira doleiros acusados de abastecer esquemas de corrupção. Messer é alvo de investigações há uma década, sendo citado ainda no caso do Banestado.
Ele foi alvo de uma ação policial no ano passado e teve a prisão decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro. A PF suspeita de que ele recebeu informações privilegiadas sobre a investigação e fugiu antes de ser encontrado pelos agentes. Ele foi delatado por Vinicius Claret e Cláudio Barboza, presos no Uruguai, em 2017.
Ainda segundo o Correio Braziliense, Messer seria, conforme a acusação, operador de propinas para mais de 400 pessoas, incluindo o ex-governador fluminense Sérgio Cabral, que está preso e tem condenações que somam 215 anos de prisão.
Familiares de Messer colaboraram com a Justiça e deram informações que ajudaram a entender o esquema criminoso. Os parentes se comprometeram a devolver R$ 270 milhões aos cofres públicos.
Nota de esclarecimento
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) esclarece que o documento de identificação falsificado de Mato Grosso, em nome de Marcelo de Freitas Batalha, apreendido pela Polícia Federal nesta quarta-feira (31.07), não foi emitido pela Diretoria Metropolitana de Identificação Técnica.
A informação foi requisitada pela Polícia Federal à Diretoria, que constatou não haver registros vinculados ao nome do indivíduo no Instituto de Identificação de Mato Grosso. O Diretor Metropolitano de Identificação Técnica, Aílton Silva Machado, observou ainda haver inconsistências no documento divulgado pela mídia que não correspondem com o padrão original, como a assinatura digitalizada e a grafia incorreta do nome do diretor.