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Irmão diz que desconfiava que mulher havia sido assassinada pelo marido há 24 anos em MT

Duas irmãs e os filhos da vítima acompanharam a escavação em busca dos restos mortais de Luzineide Leal Militão. Família lamentou impunidade.

Data: Sábado, 03/08/2019 19:22
Fonte: G1 MT

Durante o processo de escavação realizada nesta sexta-feira (2), em Sinop, a 503 km de Cuiabá, para resgatar os restos mortais de Luzineide Leal Militão, de 28 anos, morta pelo marido, em 1994, o irmão dela, Reginaldo Amorim, disse que a família desconfiava que ela havia sido assassinada, mas que não havia provas.

 

"Agora teremos como comprovar que foi ele quem a matou", afirmou Reginaldo.

 

Ele e outras duas irmãs da vítima estiveram no local durante as escavações. Todos estavam muito emocionados. Eles contaram que o suspeito, Jairo Narciso da Silva, era agressivo e tinha muito ciúmes da mulher.

Quatro irmãos de Luzineide moravam com o casal na época do crime. Três irmãs estava na casa na noite em que a vítima foi assassinada. Entretanto, disseram á polícia, que não ouviram barulho e que o rádio estava ligado no momento em que o crime aconteceu.

Os filhos da mulher também estavam acompanhando as escavações. Na época do homicídio, as crianças tinham 10 e 6 anos. O mais velho era filho apenas de Luzineide, fruto de um relacionamento anterior.

Segundo Reginaldo, apesar de se sentir aliviado com o fato de saberem a verdade sobre o desaparecimento da irmã, lamenta que o crime tenha prescrevido. Inclusive, a família buscou orientações do Ministério Público Estadual (MPE) sobre punição de Jair.

 

"Buscamos informações no MPE, mas é possível que ele fique impune, em razão da legislação. Mas, a justiça de Deus vai pesar nas costas dele [suspeito]", declarou o irmão.

 

 

Ossada encontrada

 

No final da manhã desta sexta-feira, a Polícia Civil confirmou que uma ossada foi encontrada no local indicado por Jair, dentro do banheiro da residência onde o casal vivia na época do crime.

Um exame feito pela Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) vai comprovar se os restos mortais são mesmo de Luzineide.

 

O crime

 

Jairo disse ter matado a mulher no quarto do casal, enquanto ela dormia. Ele disse que usou uma barra de ferro para golpeá-la na cabeça. Entretanto, ao perceber que ela não havia morrido, ele a asfixiou.

Depois, pegou o corpo de enterrou no banheiro que estava em construção, junto com os documentos pessoais da vítima.

Logo após o crime, o suspeito registrou um boletim de ocorrência para comunicar o desaparecimento da mulher. No documento ele alegou abandono do lar.

Na época, os registros eram feitos à mão e, como ainda não havia um campo para 'comunicante', o suspeito era identificado como vítima. No caso, seria vítima de abandono.

Depois que Jairo confessou o assassinato, o delegado conseguiu falar, por telefone, com as irmãs de Luzinete, que moram em uma cidade vizinha, mas elas não prestaram depoimento ainda. Os filhos só ficaram sabendo do homicídio essa semana.