Três produtores de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, viram na criação e distribuição de camarão marinho, uma oportunidade de negócio e decidiram investir. Em dois tanques, eles pretendem produzir cerca de 500 quilos de camarão por mês.
Para alavancar o negócio, os produtores levaram do Rio Grande do Norte cerca de 30 mil larvas para um lugar que deve funcionar como o primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento do camarão marinho do estado.
"A gente quer estruturar toda a cadeia do camarão dentro da baixada cuiabana, posteriormente queremos expandir para o estado e, futuramente, para o Centro-oeste", comentou o produtor Douglas Santana.
Eles optaram pelo sistema de produção com bioflocos, um fertilizante fermentado com farelo de arroz, que tem bactérias e fungos na composição e formam vários microorganismos, que vão servir como fonte suplementar de alimento para as larvas. Esse sistema não se exige a renovação de água.
A engorda é feita em tanques de sessenta metros cúbicos cada. Por meio de tubos, o oxigênio chega até a água e mantém o ambiente equilibrado. Em 60 dias, o camarão pode atingir seis gramas, e assim, estará pronto para o abate.
De acordo com produtor e zootecnista Roosevelt Luciano, com este sistema é possível manter 300 camarões por metro quadrado. Ainda segundo ele, o camarão cultivado em Várzea Grande é da espécie litopenaeus vannamei, camarão branco do pacífico ou camarão cinza no nome popular.
A ideia do grupo também é investir em melhoramento genético e adaptação de larvas para distribuição no mercado interno.
"Pretendemos investir em todo o processo desde a pesquisa, saindo do berçário no período de 30 dias. Depois a engorda, que deve durar em torno de 60 dias. Então, o tempo de cultivo total de produção deve ser de três meses, até que ele atinja de 12 a 15 gramas", explicou.