Os restos mortais de Luzineide Leal Militão, morta e enterrada pelo marido, em outubro de 1994 foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá, nesta segunda-feira (5). Os ossos serão examinados para comprovar se realmente pertencem à vítima.
De acordo com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Sinop, a 503 km da capital, além do exame de DNA, foi solicitada uma análise por parte do setor de antropologia forense, em razão de fraturas no maxilar.
Este exame possibilitaria identificar se as fraturas de alguns ossos da face são decorrentes de lesões ocasionadas pela barra de ferro usada, segundo o suspeito, para ferir a vítima, ou se são resultantes do processo de decomposição.
Ainda segundo a perícia, durante a reconstituição do crime, Jairo Narciso da Silva, de 64 anos, disse que teria golpeado o pescoço da vítima com a barra. Daí a suspeita de que os ossos podem ter sido quebrados em razão dos golpes.
Os resultados dos exames devem ser divulgados num prazo de, mais ou menos, 60 dias.
Na semana passada, Jairo procurou a polícia para contar que havia matado e enterrado a mulher dele, há quase 25 anos. O caso ocorreu em Sinop, em outubro de 1994. Ele alegou estar arrependido e, por isso, decidiu confessar o crime.
Jairo contou que matou a mulher por ciúmes e que ela gostava de sair à noite para ir a festas. Ainda segundo ele, Luzineide Leal Militão, na época com 28 anos, teria sido morta enquanto dormia.
Ele disse que a golpeou com uma barra de ferro. Entretanto, ao perceber que ela não estava morta, a teria asfixiado colocando algodão no nariz dela.
Depois de morta, a vítima foi enterrada em um banheiro que estava em obras. Junto com o corpo, ele colocou uma bolsa com documentos pessoais de Luzineide e joias. Dessa forma, ele conseguiu o álibi de que ela teria fugido com outro homem.
E foi essa história que ele contou para a polícia quando registrou boletim de ocorrência para comunicar o desaparecimento da mulher. No boletim, o caso ficou registrado como abandono de lar.
Também foi essa versão que Jairo contou aos filhos, na época, com 10 e 6 anos. O mais velho, filho apenas da vitima, fruto de um relacionamento anterior.
Quando o crime foi cometido, três irmãos da vítima moravam com o casal. Porém, um deles estava trabalhando e as irmãs, que estavam na residência, disseram que não ouviram nada porque o rádio estava ligado.
Durante a exumação, um dos irmãos disse que sempre desconfiou que o cunhado pudesse estar mentindo, mas não tinha provas.