A ligação com o Partido dos Trabalhadores (PT) por parte de alguns professores, coordenadores e diretores escolares que estão em greve há 74 dias em Mato Grosso, foi citada pelo governador Mauro Mendes (DEM) e pelo deputado estadual Romoaldo Júnior (MDB), que é vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa.
Nas entrelinhas, o questionamento é se a postura de enfrentamento adotada pelos profissionais da Educação tem viés político. Romoaldo afirmou, com base num levantamento citado por ele, que dos 46 integrantes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), pelo menos 34 são petistas (75% do total).
Romoaldo argumentou que tais dados mostram que há “viés político-eleitoral” relacionado ao movimento paredista dos professores e demais servidores da rede estadual de Educação. Ele acredita que se tratar de uma estratégia para desgastar o Governo do Estado de olho nas eleições municipais de 2020.
Já o governador destacou em entrevista concedida na tarde desta quinta-feira (8), que não vai fazer qualquer julgamento, se existe ou não viés político na greve. Porém, fez uma ressalva: “O sindicato é filiado à CUT que tem estreita ligação ao PT”, pontuou Mendes evitando fazer politização do movimento grevista que se arrasta desde o dia 27 de maio deste ano.
“Como eu sempre disse: não mudei nenhum milímetro, porque eu falo a verdade. Pode me rodopiar, virar de cabeça para baixo, pressionar, brigar, fazer greve, que vou dizer aquilo que é a verdade. A verdade absoluta, não tem outra”, ressaltou o democrata.
A fala foi para reafirmar que não tem condições de conceder neste ano o reajuste de 7,69% reivindicado pelos servidores em greve. A meta do Governo do Estado é readequar a folha de pagamento para respeitar o limite de 49% determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Mato Grosso utiliza hoje 58,55% das receitas no pagamento do funcionalismo público.