As queimadas
Além das queimadas em no PNCG e no Parque Estadual Ricardo Franco, metade dos 600 hectares de lavoura de uma fazenda em Sorriso, a 428 km de Cuiabá, foi destruída.
Em um assentamento, também em Sorriso, 12 das 26 chácaras foram atingidas pelo fogo. Plantações inteiras de hortifrutigranjeiros foram perdidas.
Entre a área de domínio da BR-163, dos dois lados da pista, fazendas e o assentamento onde moram cerca de 30 famílias foram queimados aproximadamente 500 hectares.
O clima quente e seco no estado é favorável ao aumento de queimadas, segundo os bombeiros. Com isso, vários pontos em regiões urbanas também foram registrados queimadas e focos de calor.
Bloqueio do Fundo Amazônia
O Corpo de Bombeiros afirmou que precisa de mais apoio e vê com preocupação o bloqueio do Fundo Amazônia que, até este ano, investiu R$ 12 milhões em estrutura para combate ao fogo no estado.
Os recursos vindos do Fundo Amazônia foram responsáveis pela montagem do batalhão de emergências ambientais do estado, dois aviões de combate a incêndios, novos equipamentos, além da aquisição de viaturas de combate a incêndios.
Com o bloqueio dos repasses da Alemanha e Noruega para o Fundo, o governo do estado, que passa por uma grave crise financeira, afirmou que não terá como manter e expandir o combate, pois vai precisar retirar dinheiro de outras áreas para continuar investindo. A compra de um novo avião e mais veículos, dependia do dinheiro do Fundo Amazônia e agora dever ser cancelada.
“Se o estado brasileiro deseja defender o meio ambiente contra incêndios florestais, há que se criar alguma maneira de se captar esse recurso, algum fundo. Tem que ver qual o interesse do estado brasileiro", ressaltou o coronel Paulo André da Silva Barroso.
A diretora do Instituto Centro da Vida (ICV), Ana Paula Valdiones, que tem projetos de cultivo sustentável na região da Amazônia financiados pelo Fundo Amazônia, explicou que a falta de recursos para o combate a incêndios deve vai atingir esses órgãos.
“Quase 60% do recurso alocado pelo Fundo Amazônia são para projetos de órgãos federais, estaduais e municipais, então o impacto da desestruturação do Fundo Amazônia é muito preocupante”, afirmou a diretora.