O médico Bruno Alves de Araújo, de 28 anos, que aguardava um doador de medula, morreu na madrugada de domingo (18), após passar por tratamento com quimioterapia no Hospital de Câncer de São José do Rio Preto, em São Paulo. O corpo do médico foi levado ainda no domingo para São José dos Quatro Marcos, a 343 km de Cuiabá, onde foi velado.
Em fevereiro deste ano, Bruno havia passado por um transplante com a doação de medula do irmão, que era 100% compatível. No entanto, em junho, os médicos descobriram que a doença havia reaparecido.
Desde então, o médico realizava sessões de quimioterapia para negativar a doença até conseguir um novo doador.
A mãe de Bruno, Vilma Adelaide, contou ao G1 que, logo depois do reaparecimento da doença, o filho foi diagnosticado com pneumonia e passou 10 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Os médicos decidiram tratar a pneumonia primeiro, junto com as sessões de quimioterapia, para depois começar a planejar o novo trasplante que, provavelmente, seria doado pelo pai dele, caso não aparece um novo doador”, explicou.
A leucemia foi descoberta em 2017, dois anos após Bruno ter se formado em medicina. Na época, ele fazia residência em cirurgia geral, no Hospital Geral Universitário (HGU), em Cuiabá.
Um hemograma simples identificou anemia grave e plaquetas baixas. Posteriormente, um exame específico o diagnosticou com leucemia linfoblástica aguda.
Bruno havia declarado, à época, que apareceram várias lesões na pele e ele chegou a perder 10 kg.
A doença havia desaparecido quando Bruno realizou o primeiro tratamento no Hospital de Câncer de Mato Grosso. No entanto, os médicos recomendaram o transplante de medula com o irmão.
“O médico disse que a medula dele e do irmão eram gêmeas, mas o corpo não aceitou, pois não conseguiu identificar que era uma nova medula. Enquanto ele aguardava outro doador, veio os problemas no pulmão e as fortes sessões da quimioterapia e ele não resistiu”, contou Vilma.