Em um grupo de WhatsApp, policiais militares investigados em uma operação que apura um esquema para adulterar a numeração de uma arma – que pertence a um militar –, usada em crimes de homicídios, fazem piada sobre a forma de legalizá-la. Parte dos militares que integra o grupo foi preso na 3ª fase da Operação Mercenários.
Em nota, a PM informou que a Corregedoria acompanhou o cumprimento dos mandados e investiga administrativamente o caso.
Na conversa, um dos militares brinca que compraria uma Glock 9 milímetros, caso alguém estivesse vendendo o objeto.
Na conversa, o policial indica outro militar usando o termo 'quente', se referindo ao esquema para tornar a arma legal. Outro militar ironiza, sem seguida: "Achei que era gelada".
Segundo o Procedimento Investigatório Criminal do Ministério Público, a conversa sugere “a facilidade em alterar (esquentar) dados de arma de fogo”.
Exames balísticos comprovaram que a pistola foi utilizada em 7 crimes de homicídio (4 tentados e 3 consumados) praticados pelo grupo de extermínio, chamado de 'Os Mercenários'.
“Ao que parece, os investigados utilizam o sistema informatizado da Polícia Militar para a prática reiterada de ilícitos diversos, tal situação faz crer que as condutas criminosas da organização criminosa são frequentes no âmbito da corporação.
O grupo de militares está vinculado a pelo menos cinco homicídiosocorridos entre os dias 3 de março a 13 de abril de 2016 em Cuiabá e Várzea Grande, na região metropolitana.
A motivação, segundo as investigações, era meramente financeira e as vítimas não estavam necessariamente vinculadas a crimes.