O Tribunal de Justiça soltou o sargento da Polícia Militar Berison Costa e Silva, que havia sido preso na Operação Coverage, terceira fase da Operação Mercenários, que apura um grupo de extermínio que atua em Mato Grosso. Ele e outros militares foram presos no dia 23 de agosto.
A decisão pela soltura do militar foi proferida nesta terça-feira (3) pelo desembargador Marcos Machado.
A defesa de Berison argumentou que o tenente-coronel PM Marcos Eduardo Ticianel Paccola assumiu a culpa pela utilização da senha do sargento para alterar documentação em Inquérito Policial Militar.
“O sargento Berison não fez e não tinha conhecimento de absolutamente nada do que eu fiz para confeccionar o documento a ser anexado no processo do tenente (Cleber de Souza ) Ferreira. A senha dele foi utilizada por mim porque coincidentemente ela ficou salva no computador que eu estava utilizando”, teria dito Paccola.
O magistrado substituiu a prisão do sargento por medidas cautelares, como comparecimento periódico em juízo, não se ausentar da comarca, sem prévia autorização judicial, comunicar à autoridade judiciária eventual mudança de endereço, proibição de manter contato [pessoal, telefônico ou por meio eletrônico/virtual] com outros investigados e testemunhas dos os fatos em apuração, que possam interferir na produção probatória.
Na Operação Coverage, braço da Operação Mercenários, da DHPP, foram cumpridos 3 mandados de prisão preventiva contra o tenente da PM Cleber de Souza Ferreira e 2 mandados de prisão preventiva contra Claudiomar Garcia de Carvalho, por crimes de homicídios qualificados em atividade típica de grupo de extermínio. Já a operação desencadeada pelo Gaeco cumpriu mandados de prisão preventiva, busca e apreensão domiciliar e pessoal contra o 2º tenente PM Cleber de Souza Ferreira, tenente PM Thiago Satiro Albino, tenente-coronel PM Marcos Eduardo Ticianel Paccola e tenente-coronel PM Sada Ribeiro Parreira, por crimes de organização criminosa armada, obstrução de justiça, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informação.
De acordo com a investigação realizada pela Promotoria Militar com o apoio do Gaeco, a partir de provas compartilhas pela Polícia Civil, devidamente autorizada pelo Poder Judiciário, exame balístico comprovou que uma pistola tipo Glock, 9 mm, pertencente ao tenente Cleber de Souza Ferreira foi utilizada em 7 crimes de homicídio (4 tentados e 3 consumados) praticados pelo grupo de extermínio denominado Mercenários.
Conforme as investigações, com a finalidade de obstruir as investigações relacionadas aos referidos homicídios, os policiais militares articularam a alteração do registro da arma de fogo, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema da Polícia Militar, tudo para ocultar que na data dos 7 crimes de homicídios a pistola já estava em poder do tenente Cleber de Souza Ferreira.