Duas moradoras de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, não conseguem deixar o território boliviano há três dias por protestos de moradores da região do Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo e famoso ponto turístico da Bolívia. Danielly Paola Leite Lopes e a mãe dela, Luzia Fátima Leite Silva, estão sem abrigo e comida desde a quarta-feira (11).
Segundo Danielly, moradores da região pedem a renúncia de representantes públicos. Para isso, fizeram bloqueios e não permitem a circulação de veículos.
“Estamos aqui na mão deles, sem comida, sem água, não tem nada aberto. Ganhamos um pacote de bolacha porque ficamos dois dias sem comer. A situação está difícil”, relatou ao G1.
Danielly e a mãe chegaram na Bolívia na segunda-feira (2). As duas passaram por outros pontos turísticos até chegarem na cidade de Uyuni. Lá, compraram um tour de três dias pelo deserto de sal, retornando na quarta-feira (11), sob promessa de deixar a cidade em voos noturnos, o que não aconteceu.
“A agência pediu para esperarmos na rua, num frio de -4ºC. O dono de um restaurante foi quem nos ajudou e deu cobertas para dormirmos no chão. Nos disseram que o protesto pode durar mais um, cinco ou 10 dias. É indefinido”, disse.
A Bolívia teria ofertado voos solidários bancados parte pelo governo boliviano, o que também não aconteceu. “Já falei com a embaixada, com o consulado, gastei meu crédito de celular, mas não sabemos o que fazer. Estamos nessa indecisão”, completou.
As agências de turismo bolivianas também se propuseram a tentar furar os bloqueios com carros, mas aguardam a resolução do conflito.
Além de Paola e a mãe, outros dois mato-grossenses estão presos no bloqueio. A última previsão era que o grupo deixasse a Bolívia nesta sexta-feira (13).