Uma estudante de letras de 20 anos, que trabalha como faxineira em um hotel de Cuiabá, fez uma postagem dizendo ter sido vítima de preconceito durante o trabalho no último domingo (22). Segundo Adriele Coelho Rodrigues, um hóspede disse à filha que ela tinha que estudar para não ser como a trabalhadora.
Ela disse ter dito ao hóspede que trabalhava para manter os estudos.
Posteriormente, Adriele fez uma postagem em uma rede social relatando o episódio. O post teve centenas de compartilhamentos.
Ao G1, ela explicou que tentou responder da forma mais educada possível, sem ofender o hóspede.
"Por mais indignada que eu estivesse, estava no meu local e horário de trabalho. Não poderia perder meu emprego", explicou.
Segundo ela, o homem apenas ouviu e não disse nada. A menina também não respondeu.
Adriele mora em Cuiabá sem os pais, que moram em outra cidade. E apesar de estudar em uma universidade pública, ela precisar custear as despesas com moradia.
A estudante divide apartamento com uma amiga que também não tem família na capital. Para se manter, Adriele trabalha durante o dia e estuda no período noturno.
Ela estava de férias, em Nova Mutum, a 269 km da capital, onde parte da família mora, quando recebeu a ligação informando que ela havia sido selecionada para a vaga de trabalho no hotel. Voltou para Cuiabá para garantir a vaga.
História de vida
A mãe de Adriele é vendedora e o pai é pedreiro. Ela conta que tem orgulho dos pais e que sempre foi incentivada a trabalhar.
"Nunca tive vergonha de trabalhar. Aos 16 anos, consegui o primeiro trabalho com carteira assinada. Sempre tentei conciliar trabalho e estudo".
Ela sonha ser professora e, depois, alinhar a profissão a um trabalho social.
Adriele escreve poemas desde os 14 anos.
“Meus amigos sempre me dizem para publicar meus textos. Eles acham que minhas palavras passam boas sensações e que as minhas poesias são legais, mas eu ainda não sei", confidenciou.